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Acompanhamento domiciliar na 1ª infância atingirá todo o CE
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Acompanhamento domiciliar na 1ª infância atingirá todo o CE

| Programas | Conforme Osmar Terra, Ministro da Cidadania, ações do Ceará podem ser replicadas em outros estados
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MINISTRO Osmar Terra durante o II Seminário Internacional Mais Infância Ceará, no Centro de Eventos do Ceará (Foto: Fotos: Mauri Melo)
Foto: Fotos: Mauri Melo MINISTRO Osmar Terra durante o II Seminário Internacional Mais Infância Ceará, no Centro de Eventos do Ceará

Ainda no primeiro semestre de 2019, todos os 184 municípios do Ceará terão a cobertura de programas de acompanhamento domiciliar para famílias com crianças de até três anos. Atualmente, 48 fazem parte do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Infantil (Padin), braço do Programa Mais Infância Ceará, e 134 são acompanhados pelo Programa Criança Feliz, do Governo Federal. Conforme Osmar Terra, Ministro da Cidadania, o Ceará ampliou o leque de ações para o desenvolvimento da primeira infância - experiências que podem ser replicada em outros estados do Brasil. Novo eixo do programa estadual, o Mais Nutrição deve ser lançado em junho.

O ministro participou, na manhã de ontem, do "II Seminário Internacional Mais Infância Ceará: a Garantia dos Direitos das Crianças na Construção de um Futuro Sustentável". Ele frisou a importância da troca de informações entre os governos estadual e federal e de "avançar nessa parceria" com o Ceará. Já em processo de implantação, apenas as cidades de São João do Jaguaribe e Santana do Acaraú não contam com esse serviço.

"Temos uma coluna vertebral que é a visitação toda semana na casa daquela família e a orientação de todo mundo que lida com a criança sobre como estimular da melhor maneira. O Ceará está tendo outras iniciativas que fortalecem o programa. Tem a visitação, mas tem reuniões comunitárias, mobilização da sociedade, interligação entre os programas. Isso tudo são coisas que nós podemos levar para outros lugares do Brasil", avalia Osmar Terra.

"Queria agradecer os investimentos nessas políticas. Não adianta ter a ideia e não ter recurso. Diante da crise econômica que estamos vivendo no País, estamos determinados em desenvolver políticas públicas para a infância. É importante termos gestores com a sensibilidade de investir no capital humano", frisou a primeira-dama Onélia Santana, idealizadora do Mais Infância.

O programa foi criado em 2015 baseado nos três pilares Tempo de Crescer, Brincar e Aprender. Com a necessidade de acompanhar as gestantes de alto risco, foi criado, posteriormente, o Tempo de Nascer. "No mês de junho será lançado o Mais Nutrição, que é uma experiência inovadora também aqui no Nordeste", adiantou o governador Camilo Santana (PT).

Dagmar Soares, assessoria técnica do Programa Mais Infância, explica que a nova vertente será realizada em parceria com os permissionários da Central de Abastecimento do Ceará S.A (Ceasa), em Maracanaú. "A gente soube de desperdício de alimentos que acontecia lá. Eram alimentos estragados? Não. Por exemplo, o comerciante recebe 100 abacaxis, vende 80 e 20 sobram. Só que amanhã ele recebe mais 100. O que ele faz com os 20? Não tem como descartar".

Ela detalha que as doações serão transformadas em sopas, geleias e polpas de frutas, por exemplo, em uma fábrica. "Foi aberto um edital para instituições que tinham crianças e nós selecionamos 98 da Capital e Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). A gente vai aprender a logística, a quantidade alimentos que conseguimos fazer transformação, como será o fluxo de doação dos permissionários. Esperamos ampliar".

FORTALEZA, CE, BRASIL, 28-05-2019: O Governo do Ceará realiza o Segundo Seminário Internacional Mais Infância Ceará, no Centro de Eventos do Ceará, no bairro Edson Queiroz. (Foto: Mauri Melo/O POVO).
FORTALEZA, CE, BRASIL, 28-05-2019: O Governo do Ceará realiza o Segundo Seminário Internacional Mais Infância Ceará, no Centro de Eventos do Ceará, no bairro Edson Queiroz. (Foto: Mauri Melo/O POVO).

BATE-PRONTO

O POVO: Como a priorização da garantia dos direitos das crianças se conecta ao conceito de futuro sustentável?

Pedro Affonso Hartung: É muito importante a gente ter clareza que a criança é um ser de dois mundos: do presente e do futuro. Eu só vou ter um futuro que a gente almeja de sustentabilidade, segurança, proteção, acesso a serviços públicos se hoje, no presente, eu realizar um investimento que tem de ser feito para garantir os direitos que as crianças já possuem.

OP: Quais os principais gargalos para traçar esse futuro?

Pedro: Para cuidar das crianças, é preciso cuidar de quem cuida delas. Isso exige políticas públicas que apoiem as famílias estruturalmente com acesso ao trabalho e a políticas básicas, políticas de transferência de renda. São precisos espaços de convivência no meio urbano, mas também caracterizados pela natureza. (...) Os espaços não possibilitam que as crianças tenham contato com algo fundamental. Muitos autores chamam de déficit de natureza, que traz elementos completos para o desenvolvimento integral da criança, na motricidade, nos estímulos cerebrais. A natureza é rica e não custa nada. Custa um planejamento urbano para dar acesso a esses espaços.

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