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"Impossível as vítimas terem caído uma ao lado da outra", afirma secretário Georges Aubert
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"Impossível as vítimas terem caído uma ao lado da outra", afirma secretário Georges Aubert

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"Não houve fraude processual porque o local já havia sido violado", garante Georges Aubert, secretário da Segurança Pública de Milagres e tenente da PM. Ele afirma ter sido o primeiro a chegar ao local da ocorrência, além dos policiais que participaram da operação contra os assaltantes. "Não sei se isso aconteceu por ação de policiais ou de bandidos, o fato é que o local do crime já estava violado", reforçou.

O POVO - O que o senhor diz sobre a denúncia?

Georges Aubert - No dia eu estava na casa do meu sogro, a uns 500 metros do corredor bancário. Quando ouvi o primeiro estampido, deduzi que estava havendo alguma intervenção criminosa no Bradesco e BB. Concomitantemente, o vice-prefeito (Abraão Sampaio), que à época morava na casa do pai dele, bem mais próxima, fez contato via WhatsApp e perguntou se eu estava ouvindo os estampidos. Disse que ficasse em casa. Fiz contato com a PM local, pedi que não saíssem da base e solicitassem reforço. Chegando na ocorrência (diz ter sido 15 minutos depois), consegui visualizar o coronel Henrique (Beserra, comandante do BpChoque, também denunciado por fraude processual). Me aproximei, ele disse que tinha havido confronto entre polícia e assaltantes e que havia vítimas. Pediu para contatar o hospital, que viesse ambulância para as vítimas. O vice-prefeito fez novo contato. Eu disse que a situação estava aparentemente sob controle. Como vice e médico, ele se prontificou a ajudar. Quando chegou, o coronel Henrique pediu que ele dispusesse o carro de ré para que os alvejados fossem socorridos. E assim ele o fez. Os policiais do Gate, não sei quem são, colocaram as vítimas na caçamba do carro (picape Amarok) e a gente seguiu para o hospital. O que acontece... Não houve violação do local do crime, não houve fraude processual porque o local já havia sido violado. Fui o primeiro a chegar à ocorrência depois dos policiais que participaram da intervenção. As vítimas já estavam na calçada lateral do Bradesco, uma ao lado da outra. Havia duas vítimas fatais pela gravidade das lesões, baleadas na cabeça, já estavam em óbito. As outras três não havia como constatar. Nossa intenção, a minha e do vice-prefeito, foi tão somente ajudar e socorrer vítimas que porventura estivessem vivas.

OP - Os corpos já estavam enfileirados?

Georges - Corpos não, as vítimas. Já estavam uma ao lado da outra, na lateral (do banco). Não sei se você chegou a ver o poste crivado de bala. Atrás daquele poste, naquela calçada bem diminuta, reduzida. É impossível ter havido um confronto e as vítimas terem caído uma ao lado da outra. Havia cinco vítimas, os cinco reféns, cinco familiares. Uma disposta ao lado da outra, numa calçada que não tem um metro e meio de largura. Não sei se isso aconteceu por ação de policiais ou de bandidos, o fato é que o local do crime já estava violado.

OP - O senhor falou isso no inquérito?

Georges - Eu falei, o vice-prefeito falou, mas o que importou foi o que foi conveniente para o indiciamento.

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