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96,4% das crianças no Ceará são alfabetizadas na idade certa
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96,4% das crianças no Ceará são alfabetizadas na idade certa

| SPAECE | Nos anos finais do Ensino Fundamental, a aprendizagem de matemática e a permanência na escola são os maiores desafios
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O Ceará está prestes a alcançar 100% de alfabetização no 2º ano do Ensino Fundamental. Apesar de a disparidade na aprendizagem ter diminuído, 3,6% das crianças ainda não aprenderam a ler e escrever na idade certa. O acompanhamento da frequência escolar, a ampliação da jornada - com reforço no contraturno -, o desenvolvimento de projetos pedagógicos que buscam estimular o lúdico e a parceria com a família são a base para os avanços.

Os dados do Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica (Spaece) referentes ao ano de 2018 foram divulgados esta semana. Conforme o sistema, 78,8% dos alunos apresentaram nível desejável de alfabetização; 10,8% nível suficiente; e 6,8% nível intermediário. Outros 2,9% apresentam alfabetização incompleta e 0,7% são considerados não alfabetizados.

"O resultado é o melhor não só pela melhor nota, mas em outros aspectos, como a promoção da equidade. Encurtamos a distância de quem aprende menos e de quem aprende mais", frisa Márcio Brito, secretário executivo de cooperação com os municípios da Secretaria da Educação.

Entre 2017 e 2018, o nível de aprendizagem "muito crítico", o mais baixo da escala, diminuiu de 2,2% para 1,6% entre os alunos do 5º ano em língua portuguesa, ao passo que o "adequado" subiu de 50,3% para 53,7%. O 9º ano ainda é crítico. Em língua portuguesa, 41,2% apresentam aprendizagem "adequada" e 5,7% "muito crítica". Já em matemática, a dificuldade se acentua: 11,1% estão em "muito crítico", 28,37% "crítico", 38,4% "intermediário" e 21,8% adequado.

Mesmo assim, nos anos finais do Ensino Fundamental, a matemática ainda é um dos maiores desafios, assim como a permanência na escola nos anos finais do Ensino Fundamental.

Giovani Rocha Sombra, diretor da Escola Municipal Saraiva Leão, cita algumas estratégias para alcançar bons índices. "No início da gestão, a primeira coisa que nós fizemos foi conversar em grupo. Tivemos a sensibilização com os professores para articular as mudanças. Construímos um plano de metas e aqui na escola a gente trabalha todo mundo junto". Outro destaque é o reforço no contraturno por meio do Programa Novo Mais Educação, "onde o aluno tem a oportunidade de repor as habilidades e competência que ele não conseguiu adquirir na série que cursa".

"Fazemos um trabalho muito próximo com relação à frequência dos alunos. Se falta, a gente liga. Se não der certo, a gente tenta localizar alguém próximo. Se a gente não conseguir, vamos até a casa da criança", destaca Viviane Bastos, coordenadora da unidade.

Dalila Saldanha, titular da Secretaria Municipal da Educação (SME), aponta a melhoria das escolas da Capital na alfabetização. "No início, Fortaleza ocupava a posição 184º no ranking do Ceará, o último lugar. E a cidade soma entre 20% e 30% da rede municipal no Estado, com 220 mil alunos. Por causa da política que vem sendo implementada há 11 anos, em 2018 a gente está na 103º posição". A expectativa é que os bons índices de alfabetização reverberem nas séries seguintes.

Ana Paula de Medeiros Ribeiro, professora do Departamento de Teoria e Prática do Ensino da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará(UFC), evidencia a importância do Programa de Alfabetização na

Idade Certa (Paic) nesse processo. "Quando foi iniciado, este índice (crianças não alfabetizadas) era em torno de 50%". Um dos fatores para isso foi a mobilização junto aos municípios com um "regime de colaboração".

Capital

Fortaleza alfabetizou 92,5% dos alunos que finalizaram o 2º ano do Ensino Fundamental. 206 escolas atingiram a escala desejável e duas estão no nível adequado

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