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Projeto leva escuta e acolhimento para a população
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Projeto leva escuta e acolhimento para a população

| Praça das Flores | Grupo realizou o plantão psicológico pela primeira vez. Ideia é que seja mensal em diversas praças da Cidade
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PAI E FILHO foram atendidos na manhã de ontem no primeiro dia do projeto (Foto: ISAAC DE OLIVEIRA)
Foto: ISAAC DE OLIVEIRA PAI E FILHO foram atendidos na manhã de ontem no primeiro dia do projeto

A Praça das Flores, na Aldeota, se tornou um consultório a céu aberto na manhã de ontem, durante a primeira edição do Escuta na Praça. O projeto, inspirado em experiências de outras cidades, oferece à população plantão psicológico gratuito. Pessoas de diferentes bairros e cidades da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) foram ao local em busca de uma escuta voluntária, conduzida por profissionais formados. Para ser atendido, não havia inscrição prévia. Bastava comparecer ao local e aguardar a vez. E o resultado, segundo a organização, foi melhor que o esperado.

"Esperávamos no máximo umas dez pessoas por ser a primeira edição. Saímos às 12h40min, e foram 34 atendimentos", revela Amanda Rodrigues, coordenadora do Escuta na Praça. A psicóloga explica que o projeto surgiu da vontade de criar em Fortaleza algo que já acontece, por exemplo, em São Paulo, com o Escuta na Grama, realizado no parque Ibirapuera. De acordo com ela, a expectativa é que o projeto aconteça mensalmente, de forma itinerante, percorrendo diferentes praças da Capital.

"A gente diz que o psicólogo é o profissional do encontro. A gente não trabalha sem o outro. Inspirado nesses projetos, a gente pensou em fazer um aqui em Fortaleza e surgiu essa ideia de sair do consultório e vir para perto das pessoas", explica.

Com sessões de 40 a 50 minutos, o plantão psicológico é uma modalidade mais pontual e diretiva. A partir do que as pessoas relatam, os profissionais as orientam sobre os caminhos possíveis para lidar com as queixas apresentadas.

"Nem todo mundo que vem precisa de uma psicoterapia. Às vezes você precisa de uma escuta para dar alívio a um problema que está enfrentando. E essa escuta ativa, por si só, já é terapêutica. No plantão psicológico, a gente não vai buscar a resolução do problema. A gente vai escutar, acolher a pessoas e fazer uma orientação. Porque a psicoterapia não se resume a um atendimento. É um processo onde o profissional faz certas intervenções de acordo com a sua técnica, com sua linha de abordagem", diferencia a coordenadora do projeto.

Além de bairros da Capital, como Mucuripe, Benfica e Henrique Jorge, o público também se deslocou de outras cidades, como Caucaia, Maracanaú e Horizonte, informa a coordenadora. Sirley Ferreira, 40 anos, levou o filho Júlio César, 9 anos, para ser atendido e não se arrependeu de sair cedo do Bom Jardim, onde moram, e cruzar a Cidade em busca de ouvidos atentos.

"Gostei muito. Eu fiquei sabendo na sexta-feira pelo colégio dele. Como eu estava de folga, viemos conhecer o projeto. Tô muito satisfeito. Aqui eu me senti mais seguro, porque a gente teve uma participação, primeiro eu e ele, depois só eu e depois só ele. A gente viu o ciclo do que está acontecendo e do que pode acontecer", compartilha Sirley.

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