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Paulo Guedes nega privatização do BNB: "Gestão continua sendo estatal"
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Paulo Guedes nega privatização do BNB: "Gestão continua sendo estatal"

| Ceará | Em ofício enviado à Câmara, ministro da Economia garante ainda profissionalização da gestão do BNB
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 Paulo Guedes assinou documento que preserva BNB
 (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil  Paulo Guedes assinou documento que preserva BNB

O Ministério da Economia garantiu que a privatização do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) não está em estudo pela pasta e que a gestão da instituição financeira "continua sendo estatal".

A informação consta de ofício assinado pelo titular da Secretaria Especial de Desestatização e Desinvestimento do governo, Salim Mattar, e remetido à secretaria da mesa diretora da Câmara dos Deputados semana passada.

O documento atende a requerimento feito pelo deputado Marx Mourão (PSD/AL) e subscrito pelo cearense Domingos Neto (PSD), coordenador da bancada do Ceará na Casa.

Trata-se do primeiro registro oficial sobre o destino do BNB divulgado pelo Planalto. Desde o início do governo de Jair Bolsonaro (PSL), o futuro do órgão, cuja sede fica em Fortaleza, era incerto.

No último dia 19/4, O POVO noticiou que o banco seria mantido e seus cargos incluídos em lista a ser apresentada a parlamentares aliados. Dentro do governo, porém, há indefinição sobre o critério a ser utilizado para preenchimento das funções.

No comunicado, endossado pelo ministro Paulo Guedes, que também o assina, o governo afirma que o BNB não faz parte do Plano Nacional de Desestatização, elaborado pelo Planalto.

O texto, que responde às dúvidas de Marx Beltrão formuladas em quatro tópicos, registra ainda que o Executivo federal pretende "profissionalizar a gestão do banco, com a indicação de gestores com experiência na área de atuação" da entidade e que sejam "comprometidos com o aumento da eficiência da instituição".

O atual presidente do BNB é Romildo Rolim, alçado ao posto pelo então senador e presidente do Congresso Eunício Oliveira (MDB). A continuidade de Rolim à frente do BNB ainda é incerta.

Em conversa com O POVO nessa terça-feira, Domingos Neto classificou a decisão do governo como "uma vitória da bancada do Nordeste". Segundo ele, o anúncio do Ministério da Economia assegura a permanência do BNB.

"Como tinha falado em outra oportunidade, quando estive com Paulo Guedes, perguntamos (sobre o futuro do banco), e ele respondeu categoricamente que a privatização não estava em estudo", disse o deputado. "E agora, depois de uma pressão de toda a bancada do Nordeste, ele respondeu isso por ofício, dando toda a segurança que eu já tinha."

Ainda conforme o congressista, o ofício que esclarece os questionados do colega de partido é o sinal pelo qual os parlamentes cearenses esperavam. "Ele garante a também a importância do BNB para nossa região e em especial para o Ceará, onde é sediado."

Parlamentares cearenses (federais e estaduais) vinham pressionando Bolsonaro e Guedes a manterem o BNB. Reunidos numa frente criada em defesa do banco, deputados estaduais estiveram em reunião com os presidentes da Câmara e do Senado no início do mês passado.

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