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26 municípios em situação de emergência pela seca
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26 municípios em situação de emergência pela seca

De acordo com Defesa Civil, municípios enfrentam dificuldade no abastecimento de água em áreas rurais e urbanas, além de prejuízos na agricultura e pecuária
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DISTRIBUIÇÃO irregular de chuvas: quadra acima da média e regiões secas (Foto: AURELIO ALVES)
Foto: AURELIO ALVES DISTRIBUIÇÃO irregular de chuvas: quadra acima da média e regiões secas

O Ceará tem 26 municípios em situação de emergência provocada por seca, desastre crônico, gradual e previsível, é o que declara o Decreto N° 33.047, de 26 de abril de 2019, assinado pela governadora em exercício Izolda Cela. O documento confirma a mobilização do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil (SINPDEC) para prestar apoio às cidades afetadas no Estado.

Segundo o capitão Aluízio Freitas, da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (CEDEC), 26 municípios possuem áreas rurais com dificuldade no abastecimento de água potável da população, 15 registram prejuízos agrícolas, e sete na pecuária.

"Apesar das chuvas acima da média em algumas regiões, em alguns casos resultando em situações pontuais de inundação e alagamento, a maioria dos reservatórios permanecem com baixo nível de acumulação. Esses 26 municípios permanecem com áreas em situação de emergência por seca devido, principalmente, a dificuldades no abastecimento de água potável da população rural", explica Freitas.

Ainda conforme o CEDEC, quatro municípios tiveram o abastecimento da área urbana prejudicado: Boa Viagem, Mombaça, Monsenhor Tabosa e Pereiro. Destes, três estão localizados na região do Sertão Central e Inhamuns, que, entre janeiro e abril deste ano, registrou 520,3 milímetros (mm) - 1,1% acima do esperado para o período, de acordo com dados parciais da Fundação Cearenses de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).

Em Mombaça, o secretário de Agricultura, Danúbio Alencar, informou que todo o município, com cerca de 44 mil habitantes, sofre com a falta d'água. "Até esse momento, nós não temos ainda o nosso suporte de água nem para o meio rural e nem para o meio urbano", afirma o secretário.

Em relação a abril, até ontem, a Funceme registrou em Mombaça volume de 111,3 mm, um desvio negativo de 31,4% em relação à média histórica para todo o mês (162,2 mm). Danúbio explica que tanto os maiores reservatórios que abastecem a cidade, como os pequenos, não tiveram recarga este ano. O principal deles, o Serafim Dias, está vazio, segundo o Portal Hidrológico da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh).

"Na pecuária (não dá pra detectar os danos), porque, no início, nós temos forragem ainda, e temos as águas que estão caindo nos riachos, que dá pro gado não estar sofrendo muito. E nós temos a agricultura em andamento. Não podemos detectar ainda a porcentagem de perda", acrescenta Danúbio.

Entre as medidas para solucionar ou amenizar os problemas causados pela seca, o capitão Aluízio afirma que os planos são de dar continuidade ao abastecimento emergencial de água potável por meio da Operação Carro-Pipa federal, executada pelo Exército Brasileiro nas áreas rurais afetadas, e da Operação Carro-Pipa estadual, executada pela CEDEC, nas áreas urbanas afetadas (Boa Viagem, Mombaça, Monsenhor Tabosa e Pereiro).]

"Também podem ser renegociadas as dívidas de financiamentos contratados de linhas de crédito especiais do Banco do Nordeste, com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste, destinadas a atender o setor produtivo rural desses municípios em emergência por seca", inclui Aluízio.

O POVO procurou a Secretaria de Recursos Hídricos (SRH), na tarde de ontem, para esclarecer quais medidas deverão ser tomadas a fim de restabelecer o abastecimento nessas cidades, bem com o que tem sido priorizado para garantir o abastecimento no Estado, mas a pasta não respondeu até o fechamento desta edição.

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