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Condomínio tem horta com mais de 40 plantas medicinais
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Condomínio tem horta com mais de 40 plantas medicinais

De iniciativa de dois moradores de um edifício, horta já reúne plantas que ajudam na recuperação e no tratamento de mais de 20 problemas de saúde. O prédio abriga três espaços em que são cultivadas ervas com propriedades medicinais
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 Luiz Fernando Ribeiro: orgulho da horta feita em área do condomínio (Foto: EVILÁZIO BEZERRA)
Foto: EVILÁZIO BEZERRA  Luiz Fernando Ribeiro: orgulho da horta feita em área do condomínio

A iniciativa surgiu há cerca de cinco anos, quando o empresário Luís Fernando Ribeiro de Mattos, 52, viu que outro morador do prédio Ricardo Zanchetta havia feito uma pequena intervenção no condomínio em que moram, na Varjota. A ação mudaria a relação dele e dos demais moradores com o prédio: o vizinho havia cultivado, na área comum do edifício, uma planta medicinal, uma erva cidreira. "Vi que a planta tinha propriedades medicinais e pensei: poderíamos criar uma pequena horta, com várias espécies de plantas que ajudam na cura ou tratamento de doenças", comenta.

Com R$ 150 e boas ideias, o resultado é que, hoje, o Condomínio Espaço Catalunya tem três pequenos jardins em que são cultivadas 41 espécies de plantas medicinais que podem sem usadas para tratar diversos sintomas. Nos jardins, há uma placa com informações como o nome das plantas, para quais enfermidades servem e a melhor forma de uso. A horta comunitária pode ser usada por cada um dos moradores do prédio e hoje tem os custos mínimos, aliás, financiados pelo próprio condomínio.

Para convencer os vizinhos a investir na horta, Luís mostrou para os condôminos fotos das plantas e qual seria a serventia. "Isso é para o seu filho, quando tiver com com catarro. Essa outra pode ser usada quando alguém estiver com dores de cabeça. Fizemos a votação e tivemos a maioria dos votos", orgulha-se. O custo de manutenção da horta hoje aumentou a taxa do condomínio em R$ 50, mas o ganho para a saúde é imensurável.

Ao longo dos cinco anos, muitas pessoas perguntavam para o Luís para que serve cada uma das plantas e como utilizar como medicamento. Com base no livro Plantas medicinais do Brasil, dos médicos Harry Lorenzi e Abreu Matos, que é cearense e implantou as Farmácias Vivas do Ceará, ele teve a ideia de elaborar uma placa para ser colocada no jardim. O cartaz traz o nome de cada uma das plantas, o tipo de uso que se faz delas (chás, infusão etc) e para qual sintoma ou doença pode ser utilizada. O cartaz é de fácil compreensão, bem didático. Um dos vegetais mais usados, a alfavaca, serve para chás e banhos antigripais. Para a gastrite, inalar as folhas da coruma. Para problemas de pele, queimaduras ou feridas, usar um chá com as folhas de arruda.

O médico acupunturista Jorge Montenegro é usuário frequente do jardim medicinal. Ele foi morar no condomínio exatamente porque soube, pelo amigo Luis, que o prédio iria comprar a ideia de uma horta com plantas de propriedades curativas. "As plantas trazem a essência da terapêutica, são medicamentos que já vêm prontos. Temos babosa que é algo bom para feridas no corpo, mas a gente sabe que ela tem uma limitação. Não se pode tomar muito chá de babosa porque ela é nefrotóxica - tóxica para o rim", alerta. Ele cita o hortelã, como planta anti-inflamatória usada para gripe, artrites e doenças reumáticas. E todos os moradores acabaram economizando com o uso de medicamentos. "Só vamos em farmácia em último caso", comenta o médico.

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