De acordo com monitoramento feito pela Fundação SOS Mata Atlântica em 2018, os rios Cocó e Ceará têm situação regular e o Maranguapinho aparece como ruim, dada a grande presença de agentes poluentes. Maria de Fátima Muniz Soares, coordenadora do projeto Mangue Vivo, conta que "o rio Cocó, por exemplo, nasce um rio limpo e no decorrer de sua viagem recebe poluição". "Quando passa pelo Jangurussu, recebe toda a descarga de chorume que vem do lixão fechado e os esgotos domésticos", explica. A poluição por lixo doméstico afeta também o rio Ceará e o Maranguapinho.
Fátima destaca que, mesmo poluídos, os rios são base da sobrevivência. "A comunidade ribeirinha de Sabiaguaba e os índios Tapeba dependem do rio para pesca", afirma. Ela explica ainda que a preservação e conservação dos rios urbanos pode amenizar o clima, diminuir casos de enchentes e contribuir na reprodução de animais, além de beneficiar o lazer e o potencial turístico desses locais.
Leonardo Borralho, geógrafo e Técnico da Coordenadoria de Biodiversidade da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), cita ainda o desmatamento das margens fluviais e a construção em áreas de preservação como ações prejudiciais aos rios. "Apesar de ainda persistir erroneamente no imaginário popular a crença de que pode-se 'rebolar no mato ou no rio', que este leva tudo, precisamos empoderar a sociedade da extrema importância dos rios".
Atualmente, a Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma) está finalizando processo de contratação para o Programa de Monitoramento dos Recursos Hídricos. Os principais mananciais a serem monitorados são: Lagoa da Parangaba, Rio Maranguapinho, Riacho Maceió e Riacho Pajeú. A previsão de início é abril.
A Seuma conta ainda com o Plano Municipal de Saneamento Básico, que prevê universalização dos serviços de saneamento, em especial de esgotamento sanitário, cujo índice de cobertura é de 62% na Capital. (Marcela Tosi/ Especial para O POVO)