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Fortaleza testará sistema de patinetes e chamada de ônibus por aplicativo
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Fortaleza testará sistema de patinetes e chamada de ônibus por aplicativo

Projeto de patinetes e bicicletas elétricas deve começar neste semestre. Já experiência de pedir ônibus pelo celular ainda está em estudo e não tem data prevista
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SEMINÁRIO Internacional de Políticas Públicas Inovadoras para Cidades foi realizado ontem em Fortaleza (Foto:  Marcos Moura/ Divulgação)
Foto: Marcos Moura/ Divulgação SEMINÁRIO Internacional de Políticas Públicas Inovadoras para Cidades foi realizado ontem em Fortaleza

O secretário-executivo de Conservação e Serviços Públicos de Fortaleza, Luiz Alberto Sabóia, revelou durante o 3° Seminário Internacional de Políticas Públicas Inovadoras para Cidades, realizado ontem na Capital, que duas novas iniciativas devem ser experimentadas em breve: um projeto-piloto de micromobilidade disponibilizando patinetes e bicicletas elétricas e um teste de transporte público sob demanda.

Vinculado à Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o evento discutiu, entre outros assuntos, soluções para a locomoção. Em Fortaleza, há ações continuamente implementadas nos últimos anos, como faixas exclusivas para ônibus, bilhete único e sistema de bicicletas compartilhadas.

Segundo o Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento, 40% da população da Capital vive próximo à infraestrutura de ciclismo. Ainda assim, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um habitante de Fortaleza demora em média 64 minutos para se deslocar de casa ao trabalho. As medidas de testar um sistema de patinetes e bicicletas elétricas e outro de transporte público sob demanda chegam para ampliar métodos de deslocamento na Capital.

"No transporte público sob demanda você poderá chamar seu ônibus por aplicativo. O aplicativo apontará para onde você deve ir e o ônibus fará um pequeno desvio de rota para pegar você", explica Sabóia.

Em parceria com o Sindiônibus, a secretaria está "estudando opções" e ainda não há data para implantação do serviço. Já patinetes e bicicletas devem chegar ainda neste semestre.

Para Sergio Avelleda, diretor de mobilidade do centro WRI, o desenho das cidades pode ser decisivo para a qualidade de vida urbana. Ele explica que túneis, viadutos e pontes foram construídos "como se o automóvel fosse a solução dos problemas de mobilidade" em todo o mundo. "Se a centralidade nos automóveis trouxe fluidez e redução de distância, trouxe também uma série de consequências negativas".

Ele defende o que chama de uso racional dos meios de transporte, sendo necessário "pensar o acesso e não somente a mobilidade". Para isso, alguns caminhos são criar diversas centralidades econômicas a fim de aproximar residências e locais de trabalho e investir na integração entre veículos particulares, transporte público e estruturas de caminhabilidade.

Sobre outro problema do alto número de mortes no trânsito, Abdulgafoor M. Bachani, diretor da unidade internacional de pesquisa sobre lesões da Universidade Johns Hopkins (EUA), explica que mundialmente cerca de 50% dos motoristas conduzem acima da velocidade permitida. De acordo com pesquisa da Organização Mundial da Saúde em 2017, reduzir 5% da velocidade média pode diminuir em até 30% no número de acidentes fatais. "Essa redução pode ser alcançada por meio de leis, mudança nas tecnologias dos veículos, comunicação e informação e obras simples como vias mais estreitas e faixas de pedestres elevadas", explica Bachani.

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