Logo O POVO+
Sistema hídrico fecha primeiro mês da quadra chuvosa em 11%
CIDADES

Sistema hídrico fecha primeiro mês da quadra chuvosa em 11%

Dos 155 açudes do Ceará, há cinco, de pequeno porte, sangrando. Já os três maiores do Estado estão em nível preocupante
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
AÇUDE do Batente, em Ocara, sangrou na última terça-feira e segue transbordando (Foto: Ednardo Alcântara/ Divulgação)
Foto: Ednardo Alcântara/ Divulgação AÇUDE do Batente, em Ocara, sangrou na última terça-feira e segue transbordando

Fevereiro - primeiro mês da quadra chuvosa cearense - se encerra hoje e já atingiu a marca de 177,7 milímetros (mm) de precipitações, superando em 49,8% a média histórica para o período (118,6 mm), conforme dados parciais da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). A situação hídrica do Estado, contudo, está longe de ser satisfatória. Até ontem, o volume de água armazenado era de 2,08 bilhões de metros cúbicos (m³), o que representa 11,16% da capacidade do sistema (18,62 bilhões m³), conforme a resenha diária da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh).

Ainda assim, o cenário é mais confortável se comparado ao da mesma data do ano passado, quando a carga armazenada - 1,39 bilhões m³ - representava 7,47% da capacidade total.

Dos 155 açudes monitorados pela Cogerh no Estado, cinco estão sangrando. Todos de pequeno porte: Batente (Ocara), Germinal (Palmácia), Maranguapinho (Maranguape), Tijuquinha (Baturité) e São José I (Boa Viagem). O Cocó, que teve dias de sangria este mês, está entre os 11 com volume superior a 90%. A maior parte, 102 açudes, porém, está com volume inferior a 30%.

Maior reservatório cearense, o Castanhão, localizado na bacia do Médio Jaguaribe, está com apenas 3,48%. Em 27 de fevereiro de 2018, essa marca era de 2,22%. O melhor nível do açude no ano passado foi observado entre 8 e 11 de maio (último mês da quadra chuvosa), ao atingir 8,7% da capacidade. Já o volume recorde é de 14 de maio de 2009, com 96,79%.

Veja imagens do açude Batente:

A situação não é muito diferente dos outros dois principais reservatórios do Ceará, Orós e Banabuiú. Eles acumulam, respectivamente, 5,41% e 5,81% de suas capacidades. No dia 27 de fevereiro do ano passado, conforme dados do Portal Hidrológico da Cogerh, o Orós tinha volume um pouco maior que o atual - 5,82%. Já o Banabuiú tinha apenas 0,45% de água armazenada.

As duas únicas bacias do Estado que até ontem não tinham atingido o volume de chuvas esperado para fevereiro, segundo a Funceme, foram Salgado e Alto Jaguaribe, no Sul do Estado, com índices de 27% e 4,5% abaixo das médias históricas para o período, respectivamente.

A situação não deve mudar, caso siga o que foi sinalizado no prognóstico da Funceme, divulgado no dia 18 janeiro e válido para os três primeiros meses da quadra chuvosa. Segundo a previsão, a maior probabilidade é de chuvas abaixo do normal na região Sul, diminuindo ao longo do intervalo.

O POVO procurou Cogerh e Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH), na tarde de ontem, para tratar sobre a situação hidrológica, bem como planejamento e ações desenvolvidas para o abastecimento no Estado, mas foi informado que os respectivos representantes estavam reunião

(Foto: )

Trimestre

Funceme aponta 30% de probabilidade de chuva acima da média, 40% para em torno da média e 30% para abaixo da média entre fevereiro e abril, principais meses da quadra chuvosa.

 

Aporte

5,99 milhões de metros cúbicos (m³) foi o aporte verificado ontem, conforme resenha diária da Cogerh. O aporte verificado em 2019, desde 1º de janeiro, é de 277,84 milhões m³.

 

O que você achou desse conteúdo?