Para Wesley Santos, 13, durante parte da semana, sua casa é também no Centro Urbano de Cultura, Arte, Ciência e Esporte (Cuca) localizado na Barra do Ceará. Nas horas extra-escolares, joga tênis de mesa, tem aula de palhaçaria e também planeja, no próximo ano, fazer curso de robótica na unidade. "Venho pra relaxar, jogar um pouco, conversar com os amigos", compartilha Wesley, um dos que poderão ser beneficiados com o pacote de R$ 250 milhões a ser investido em ações para a juventude entre 2019 e 2020, conforme anúncio, ontem, da Prefeitura de Fortaleza.
Na área de infraestrutura, deverão ser entregues novos Cucas nos bairros Pici, José Walter e Vicente Pinzón, com previsão de conclusão, respectivamente, em dezembro de 2019, junho de 2020 e dezembro de 2020. O valor das três unidades soma R$ 94 milhões.
Segundo a gestão, entre 2019 e 2020, o valor previsto de investimento na Rede Cuca - que opera hoje com unidades na Barra do Ceará, Mondubim e Jangurussu - é de R$ 47,5 milhões.
Outras promessas da Prefeitura, até 2020, são 11 areninhas e dois Centros de Artes e Esportes Unificados (CEUs), sendo um no Vicente Pinzón, a ser entregue no próximo dia 28, e outro no Ancuri, com previsão de ser concluído em maio deste ano. Os dois CEUs estão orçados em R$ 4,5 milhões.
Além da área de infraestrutura, outros projetos, como editais e bolsas, também constam nas promessas. É o caso da Academia Enem, Jovens Articuladores da Saúde, Protagonismo Juvenil e Liderança Sem Fronteiras, entre outros. O investimento dos quase R$ 250 milhões, além de recursos municipais e federais, conta também com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
"A violência é um desafio permanente para as grandes cidades brasileiras, e há diversos caminhos de combatê-la. E uma delas é pelo caminho da prevenção. Dar oportunidade à juventude", afirmou RC, que participou da reunião do Comitê Executivo Municipal pela Prevenção dos Homicídios na Adolescência (CEMPHA), no Cuca Barra.
Com os investimentos, é possível projetar incremento nos atendimentos. Nas três unidades da Rede Cuca, foram 1,03 milhão de atendimentos entre 2013 e 2018. Segundo o titular da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas de Juventude, Júlio Brizzi, em 2014 o número de matrículas na rede era de cerca de 33 mil. Em 2018, foram quase 71 mil matrículas.
"Ano a ano a gente vê o engajamento, a presença dos jovens nos equipamentos. Não só com matrículas e cursos, mas no próprio dia a dia. Através da prevenção e colocando o jovem no centro do desenvolvimento da cidade, a gente vai conseguir mais rápido ter uma cidade mais justa e mais igual", reflete Brizzi.