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Um ano após crime, acusado de matar Stefhani Brito segue foragido
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Um ano após crime, acusado de matar Stefhani Brito segue foragido

| Feminicídio | Francisco Alberto Nobre Calixto Filho é acusado de matar e trafegar com corpo da vítima pelas ruas do Mondubim em 1º de janeiro de 2018
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O assassinato de Stefhani Brito Cruz completou um ano no dia 1º de janeiro sem que o acusado pelo crime tenha sido localizado. Ex-namorado da vítima, Francisco Alberto Nobre Calixto Filho, 25, tem mandado de prisão preventiva em aberto e é considerado foragido. O nome dele é um dos 15 que constam na lista dos mais procurados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).

 

De acordo com a mãe de Stefhani, Rosilene Brito, chegaram a ser repassadas denúncias de que Alberto estaria no Interior do Estado. No entanto, a Polícia afirma que a informação não se concretizou após buscas. Em nota, a SSPDS afirma que a população pode contribuir com o trabalho de buscas, repassando, com sigilo garantido, informações sobre o paradeiro de Alberto pelo telefone 181 ou pelo número da Delegacia de Defesa da Mulher: (85) 3101 2055.

 

Sem ter sido localizado, Alberto não pode ser julgado. O promotor de Justiça Marcus Renan Palácio explica que, como ele não foi encontrado para ser citado pessoalmente, tendo isso sido feito por edital, não pode ir a júri popular. Alberto não é visto desde que teria cometido o crime.

 

Alberto é réu por feminicídio triplamente qualificado - por motivação torpe, emprego de meio cruel e recurso que impossibilitou defesa. Ainda responde por ocultação de cadáver. O inquérito policial foi finalizado em fevereiro e, em abril, a denúncia do Ministério Público Estadual (MPCE) foi aceita pela Justiça.

 

Atualmente, o processo do caso está suspenso. O procedimento faz com que o juiz possa determinar a produção de provas consideradas urgentes, conforme artigo 366 do Código de Processo Penal (CPP). Dessa forma, a primeira audiência de instrução foi realizada em 24 de outubro de 2018, em que cinco testemunhas foram ouvidas. Duas testemunhas que faltaram a essa audiência serão ouvidas no dia 23 de janeiro. O juiz Eli Gonçalves Júnior, em decisão de setembro, citou que testemunhas poderiam mudar de endereço ou mesmo vir a esquecer ou ter dúvidas sobre detalhes do crime. A decisão também torna suspenso o prazo de prescrição do crime.

 

Para a família de Stefhani, a situação é frustrante. "É uma sensação de injustiça, não teve nenhum tipo de resposta", diz a mãe. Não bastasse a dor da perda, familiares ainda tiveram de conviver com intimidações. Um perfil falso, em um site de relacionamentos, passou a ameaçar amigos e parentes da vítima que compartilharam a foto de Alberto em busca de informações. "Intimidaram duas testemunhas que a gente tem que viram no dia o ocorrido, com ela falecida em cima da moto", conta Rosilene. A ameaça foi comunicada à Polícia, mas não houve responsabilização. Não se sabe quem é o autor das ameaças. Com medo, a família se mudou do bairro onde morava.

 

MEMÓRIA

 

O caso

O corpo de Stefhani foi encontrado às margens da Lagoa da Libânia, no Mondubim, na noite de 1º de janeiro de 2018. Alberto teria sido visto com o corpo da jovem na garupa da moto trafegando pelas ruas do bairro.

 

O relacionamento entre os dois havia acabado há seis meses. Porém, no dia do crime, o acusado teria chamado Stefhani para "conversar". Durante o encontro, perfil da vítima em aplicativo de mensagens chegou a contatar a família pedindo fotos da jovem durante a festa da Virada do Ano. Familiares suspeitam que tratava-se de Alberto querendo saber com quem ela tinha estado.

 

Stefhani já havia sido agredida durante o namoro. As agressões chegaram a incluir queimaduras com pontas de cigarro e com colheres quentes.

 

 

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