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O desejo de João Carlos de Souza, 61, é conseguir fazer em paz o percurso de casa até o serviço. O porteiro trabalha na Abolição, mora no Mondubim e precisa redobrar a atenção ao fazer parte da rota de bicicleta, de cinco quilômetros, na ciclovia da avenida Godofredo Maciel até o Terminal da Parangaba. Trechos do caminho, ele prefere fazer na pista de carros. "A ciclovia é cheia de buraco. Tem carro que entra de uma vez, nem olha se vem ciclista", diz. O correto, confirma, é a pista estar sinalizada e a prioridade do cilista ser respeitada.
Parte do querer do porteiro e de outros cerca de 1.500 ciclistas que passam diariamente pela via começa a ser solucionada a partir de abril, promete a Prefeitura. Legislação sancionada em 2018 pelo prefeito Roberto Cláudio (PDT) define que o valor arrecadado pelo estacionamento rotativo digital (Zona Azul) deve ser investido integralmente em estrutura cicloviária. Serão novos 160 quilômetros de ciclovia e 25 estações de bicicleta compartilhada. A previsão é de que ciclovias e ciclofaixas existentes, inclusive aquelas feitas em gestões municipais anteriores, também sejam completamente recuperadas.
"Saímos de 67 quilômetros de ciclovias e hoje temos 225 rotas de bicicleta, com ciclofaixas e ciclovias. O prefeito traçou como meta chegar ao fim da gestão com 400 quilômetros. Temos dois anos para isso", informa o secretário-executivo de Conservação e Serviços Públicos, Luiz Alberto Sabóia.
Hoje, Fortaleza tem 240 quilômetros construídos pela atual gestão de ciclovias e ciclofaixas. O intuito, segundo ele, é ultrapassar a meta de 400 km e chegar a 524 km de ciclovias até o fim de 2020.
A arrecadação mensal média é de R$ 173 mil com a venda do Cartão Azul Digital (CAD), segundo a Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC).
Fortaleza conta, hoje, com 5.500 vagas de zona azul digital e tem previsão de implantar mais mil vagas até o fim do ano.
Um processo de licitação para o custeio do novo sistema de compartilhamento de bicicletas será aberto ainda este mês, garantiu Sabóia. A ideia é que, em 90 dias, esteja definido um patrocinador que participará de um financiamento misto em conjunto com a Prefeitura. A assessoria de imprensa da Unimed Fortaleza garantiu que pretende continuar investindo nas estações já patrocinadas pelo grupo.
"Se olharmos para a Cidade, o Mundo, o meio ambiente, e para a saúde, as bicicletas compartilhadas são benéficas. Reduz doenças como obesidade e doenças cardiovasculares, diminui o tráfego, contribui com o meio ambiente.
Avaliamos que o patrocínio é muito importante, mas não consegue chegar a todos os pontos", comenta.
Digital
Desde o dia 1º de janeiro, motoristas de Fortaleza precisam usar o sistema Zona Azul Digital para compra de créditos e controle dos processos que envolvem o serviço de estacio-namento rotativo nas ruas da cidade. Os cartões de papel perderam validade. O Cartão Azul Digital (CAD) tem tarifa de R$ 2 e pode ser adquirido por meio de sete aplicativos.
Números
400 quilômetros de ciclovias/ciclofixas. Essa é a meta da Prefeitura até 2020
R$ 173 mil é a arrecadação mensal média com a venda do Cartão Azul Digital (CAD)