[FOTO1]
O brincar mudou. Com os anos, os espaços ficaram reduzidos e, para algumas famílias, as possibilidades de se divertir como "antigamente" também. Tem gente que acha que jogar bola no meio da rua e ficar com aquelas marquinhas de ferida no joelho ficaram só na lembrança da geração passada. Mas é possível adaptar algumas brincadeiras para espaços de condomínios e praças, por exemplo, apostar em momentos lúdicos sem precisar de apetrechos digitais e, sobretudo, se divertir em segurança.
Para que as crianças tenham momentos saudáveis ao ar livre, é preciso planejamento e disposição. Segundo Marcos Teodorico, professor de Educação Física do Instituto de Educação Física e Esportes da Universidade Federal do Ceará (UFC), várias brincadeiras que requerem experiências corporais podem ser feitas em locais menores. "Mesmo em ambientes menores dá pra brincar.
Deve ter um controle, a participação de um adulto e, no caso de condomínios, respeitar as normas do local", frisa o professor, responsável pelo Laboratório de Brinquedos e Jogos (Labrinjo).
Amarelinha, corda, bila e pega-pega são algumas opções para condomínios e praças. Em locais como condomínios, ele alerta, é preciso atentar para o ambiente e checar se a piscina é protegida, se há fiação elétrica exposta, portas de vidro, altura e proteção de tomada, escadaria e rampa. Também é importante conversar sobre "os combinados", que são regras e limites que a criança deve ter.
Conforme Marcos, as atividades demandam ainda o desejo de querer fazer parte do processo junto com as crianças. "Se os pais não têm interesse ou delegam essa responsabilidade, ficam mais distantes e cada vez mais não compreendem o que acontece com o filho. Em uma brincadeira, a gente conhece mais e entende o outro do que em uma conversa de horas", diz, citando ainda jogos de tabuleiro, sessão de cinema em casa e até mesmo jogar videogame em família.
Para Rodrigo Teixeira, psicólogo e idealizador do blog A Barata Diz Q Tem, além da tecnologia, que fez brincadeiras tradicionais serem deixadas de lado, "muitas vezes os pais, preocupados com a segurança dos filhos, os privam de se divertir fora de casa".
Para a terapeuta ocupacional Natália Burlamaqui, "para que o brincar aconteça dentro dos condomínios e casas residenciais, os pais precisam destinar um momento do dia das crianças para frequentar as áreas comuns. Permitindo interações com outras crianças e favorecendo tempo juntos para que elas possam criar brincadeiras em grupos ou utilizar de brincadeiras tradicionais, como pega-pega, esconde-esconde, carimba, bicicleta, carrinho de rolimã". Segundo ela, deixar as crianças explorarem o ambiente desenvolve recursos como criatividade, espontaneidade e autonomia.
A psicóloga Naiana Pontes ressalta que brincar promove o contexto fundamental para aprendizagem e adaptação. "É assim considerado devido ao fato de ter uma função na preparação para o desempenho da vida adulta. Criança nenhuma brinca para passar o tempo. Mesmo quando ela brinca com coisas que a nossos olhos possam parecer insignificantes, sua escolha é motivada por processos internos. Brincar é como se fosse uma linguagem secreta que deve ser respeitada". As profissionais são responsáveis pela Prupê para brincar, espaço que realiza programações de arte, cultura e atividades lúdicas para o público infantil.
BIKE ANJO
A primeira edição da Escola Bike Anjo (EBA) do ano acontece ocorrerá amanhã, 13, das 8h30min às 11h30min, na Praça Luíza Távora. No projeto, voluntários auxiliam de forma gratuita os que querem dar as primeiras pedaladas. As atividades ocorrem sempre no segundo domingo de cada mês. O publico-alvo é quem pretende se familiarizar com a bicicleta e utilizá-la como meio de transporte.
para brincar ao ar livre
>Observar o local
Se tem piscina, fiação elétrica, altura e proteção de tomadas, portas de vidro, escadarias e rampas.
>Trânsito
Ensinar a olhar para os dois lados da via, ficar atenta a barulhos e só atravessar na faixa.
>Ao sol
Usar protetor solar e evitar horários entre meio-dia e 15 horas.
>Dividir
Quando brinca na rua, a criança interage com outras e deve aprender a compartilhar. É importante que aprenda a lidar com as questões sociais.
>Falar sobre perigos
A inocência da criança é importante, mas é necessário deixá-la preparada para lidar com pessoas má-intencionadas.
>Ficar por perto
Não precisa vigiar cada passo, mas mostre que pode recorrer a você em caso de machucado, briga entre crianças ou vontade de ir para casa.
>Criatividade
Se vir que a criança está em apuros, como discussão sobre a brincadeira ou com a bola presa em uma árvore, espere antes de agir. Veja como ele articula as próprias soluções.
>Soltar pipa
Instruir e supervisionar quanto aos perigos do uso de cerol e de praticar a atividade próximo a fios da rede elétrica.
>Dardos e flechas
Brinquedos pontiagudos devem ser evitados, pois proporcionam risco muito grande de perfuração.
>Cama elástica
Verifique as condições do brinquedo.
>Nadar
Mesmo que a piscina seja rasa, demanda supervisão em tempo integral, pois se a criança sofrer câimbras ou lesões poderá ficar incapacitada de sair da água.
>Itens pequenos
É preciso cuidado em relação à possibilidade da criança levar o brinquedo à boca e se engasgar. Atentar para a classificação etária do brinquedo (vem descrita na embalagem).
Fonte: Blog A Barata Diz Q Tem