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Em 14 dias, desde o início dos atentados no Ceará, 30 ocorrências foram atendidas pelo Esquadrão Antibombas do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da Polícia Militar do Ceará (PMCE). O número contabiliza 26 casos confirmados, envolvendo artefatos explosivos, e quatro falsos - como os dois de ontem, em que as suspeitas não se confirmaram. A soma, conforme analisa o comandante do Gate, capitão Pascoal Neto, é equivalente ao número de demandas recebidas em um ano inteiro, "como o de 2018, por exemplo".
[SAIBAMAIS]
As 30 ocorrências - em que também estão inclusas as de pós-bomba, em que os explosivos são detonados - perfazem uma média de mais de dois chamados por dia. No 14º dia de ataques, até o fechamento desta página, três ataques criminosos tinham sido registrados - tentativa de incêndio de um ônibus no Grande Bom Jardim, tentativa de atentado a duas torres de telefonia no Serviluz, e um caminhão incendiado no Carlito Pamplona. As duas suspeitas de bomba movimentaram as forças de segurança e alertaram a população.
Na primeira delas, o Esquadrão Antibombas foi acionado após um funcionário encontrar uma mochila dentro de um cesto de lixo no Terminal de Messejana.
A operação durou entre as 10 horas e o meio-dia e contou com robô e raio-x.
Ao fim, ficou determinado que papel higiênico e fraldas eram o conteúdo da mochila.
Na segunda ocorrência, à tarde, na rua Antonele Bezerra, no Meireles, uma mala deixada próximo a um poste foi farejada por uma cadela da raça labrador e verificada por um técnico explosivista do Esquadrão. Estava vazia e a suspeita de bomba, mais uma vez, foi sustada.
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Para o capitão Pascoal, episódios mostram como a população está alerta para situações de bomba. "No clima dos atentados, as pessoas estão mais atentas a qualquer anormalidade. A princípio, o que foi averiguado nas duas é que não se tratava ato criminoso".
Ele ensina que, "quando um cidadão avistar algum objeto suspeito que leve à suspeição de ser algum artefato explosivo", a recomendação é não tocar, e em hipótese alguma remover do local. A partir da suspeita, é preciso entrar contato com a Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops), pelo telefone 190. "Com a equipe policial no local, o Esquadrão Antibombas é acionado".
"Em local de maior fluxo de pessoas, se houver um objeto em que o proprietário não seja identificado, algo abandonado, que não seja comum ao local, isso pode levantar a suspeita".
Questionado se a Lei da Recompensa, sancionada pelo governador Camilo Santana (PT), poderá aumentar o número de chamados falsos, ele afirmou que "é de fundamental importância (Lei) da Recompensa é que ela incentive a população a ficar atenta a qualquer coisa que levante suspeitas, de explosivos, atentados ou algum crime, e denuncie".
Reforço
O Esquadrão Antibomba do Gate conta com equipamentos como trajes antifrag-mentação, braço robótico, robô, raio-x, bloqueadores de radiofre-quência, além do auxílio de cães farejadores. Parte desse aparato foi utilizado nas ações de ontem. Com 9 agentes, a unidade recebeu o reforço de 5 explosivistas do Esquadrão Antibomba da Bahia.