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Em cerca de 30 dias, veículos começarão a poder ter acesso a um trecho de 19 km de rodovia duplicada no 4º Anel Viário, entre a CE-065, em Maranguape, e a CE-040, no Eusébio. Os trabalhos de conexão de 53 metros numa das margens da pista, em frente à rua Doutor Iran, na Pajuçara, começam hoje. A rodovia possui um total de 32 km e interliga BRs e CEs que cruzam o Estado nas cidades de Fortaleza, Eusébio, Caucaia, Maranguape e Maracanaú. Após a conclusão das obras, apenas um trecho de viaduto faltará para que toda a extensão tenha duas faixas em cada sentido.
A etapa de intervenções que começa hoje deixa interditada a Rua Doutor Iran entre a rua Cel. Pedro Sampaio e o Anel Viário. Os motoristas devem utilizar a avenida Central da Pajuçara. Quem sai de Maracanaú para Eusébio deve dobrar à direita no Anel Viário. Quem vai de Maracanaú para Caucaia deve dobrar à direita no Anel Viário e fazer o retorno, a 650 metros.
Pelo 4º Anel Viário passam uma média de 40 mil veículos em dias úteis, de acordo com o titular da Secretaria da Infraestrutura do Ceará (Seinfra), Lúcio Gomes. Até o fim de janeiro, deve ficar pronta a duplicação de outros 7 km entre a CE-065, em Maranguape, e a BR-222, em Caucaia. Assim, ficará faltando a interseção do viaduto da CE-065, em Maranguape.
A pavimentação antiga da rodovia no trecho duplicado apresenta algumas deformidades e rachaduras. Elas devem ser completamente recuperadas até o fim deste ano, segundo o secretário. O prazo é o mesmo para a conclusão e entrega do canteiro central, construção de ciclovia e paisagismo. O valor total da obra está orçado em R$ 87 milhões.
Cada sentido terá 16,5 metros de largura, enquanto a pista antiga é de sete metros.
Os trabalhos para ampliação da via começaram em 2009 pelo Governo Federal e foram assumidas pelo Estado a partir de 2011. Em 2015, quatro meses após a Operação Lava Jato determinar a prisão dos primeiros executivos das maiores empreiteiras do País, as obras foram paralisadas pela construtora vencedora, a Galvão Engenharia, investigada pela operação.
Conforme Lúcio Gomes, a segunda colocada preferiu não assumir a obra porque o valor da licitação era abaixo do proposto pela empresa. Nova licitação foi realizada em 2017 e a empresa vencedora enfrentou dificuldades financeiras e se retirou. É a segunda colocada que está realizando as obras agora.
Evandro Sousa, 56, realizou dois alinhamentos e balanceamentos no caminhão num mesmo mês por conta dos buracos. Caminhoneiro há dez anos, ele confia que a conclusão dos trabalhos vá diminuir o número de manutenções no veículo em que trabalha. "Fora que esse congestionamento todo deve diminuir".
As más condições da pista podem ser vantagem para cinco trabalhadores que montaram a borracharia São Vicente, no Anel Viário, dedicadas ao serviço apenas com caminhões. Um dos borracheiros, Alanderson Pereira, 32, calcula cerca de dez atendimentos por dia, entre recapagem e troca. "Todo dia tem caminhoneiro que rasga o pneu num desses buracos".
"Só a fé em Deus para nos fazer continuar"
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Foi com muita luta que o caminhoneiro Francisco Ângelo conseguiu juntar o dinheiro e dar entrada em um caminhão. Ele mesmo dirige o veículo e, como mora em Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza, precisa passar todos os dias pelo Anel Viário para fazer as entregas. "É muita falta de responsabilidade deixar a pista chegar a esse estado", diz. E completa que somente com muita fé em Deus é possível prosseguir na profissão.
Prazo
A previsão para entrega completa do Anel Viário é o fim deste ano. O trecho entre a CE-065 (Maranguape) e a CE-040 (Eusébio) deve ficar pronto em fevereiro. Até o fim de janeiro serão liberados 7 km entre a CE-065 e a BR-222 (Caucaia).