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Reconstituição das mortes em Milagres será feita na próxima semana
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Reconstituição das mortes em Milagres será feita na próxima semana

Tragédia completa uma semana ainda sem respostas sobre as circunstâncias em que 14 pessoas foram mortas. Missa na cidade homenageou vítimas
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[FOTO1]A reconstituição da ação policial que terminou com 14 mortos em Milagres (a 484 km de Fortaleza), no Cariri, deve ser feita até quarta-feira, 19, segundo fonte ouvida pelo O POVO que acompanha os trabalhos de investigação.

 

Há uma semana, na madrugada da sexta-feira, 7, uma tentativa de assalto a duas agências bancárias na cidade resultou em oito criminosos e seis reféns mortos - cinco deles da mesma família, que é de Serra Talhada, no interior de Pernambuco. Na tragédia em Milagres morreram o empresário João Batista Magalhães, 46; o filho Vinícius Magalhães, 14; a cunhada Claudineide Campos de Souza, 42; o marido dela, Cícero Tenório dos Santos, 60; o filho do casal, Gustavo Tenório dos Santos, 13; e a cearense Francisca Edneide da Cruz Santos, 49.

Todos, à exceção de João e o filho, vinham de viagem de São Paulo e haviam sido apanhados por seus parentes no aeroporto de Juazeiro do Norte na madrugada da sexta. As vítimas foram sepultadas no sábado e no domingo.

A suspeita inicial é de que teria havido troca de tiros entre os policiais militares (PMs) que aturam na operação e os integrantes da quadrilha, que interceptaram os reféns na BR-116. A Polícia Civil recolheu imagens e gravações feitas por câmeras de segurança de três estabelecimentos próximos ao local do crime: duas farmácias e um mercado.

No domingo, o governador Camilo Santana (PT) anunciou a criação de um grupo especial para apurar as mortes. O trabalho está sendo conduzida pela Delegacia Regional de Brejo Santo e Delegacia Municipal de Milagres, com apoio da Delegacia de Roubos e Furtos. Ele também determinou que a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD) investigue preliminarmente a participação dos PMs na operação e pericie armas tanto de agentes quanto de assaltantes. Doze policiais envolvidos na ação foram afastados das atividades de rua enquanto dura a investigação.

Ontem, uma missa celebrada pelo padre José Vicente homenageou os mortos na cidade. A cerimônia foi realizada no centro, na esquina da rua Padre Misael Gomes, onde se localizam as duas agências bancárias (Banco do Brasil e Bradesco).

Um dos presentes à missa, o prefeito de Milagres, Lielson Landim (PDT), afirmou que, uma semana após o massacre, os moradores ainda estão apreensivos. "A possibilidade de que os bandidos ainda estejam nas proximidades está na cabeça das pessoas".

O agricultor Orlanildo Silva, 50, resume o sentimento da população. "Tenho esperança, mas a tragédia vai marcar nossa cidade, sim".

Procurada, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) não confirmou se a reconstituição das mortes será realizada na semana que vem. (Colaborou Lucas Santos/ Especial para O POVO)

PERGUNTAS SEM RESPOSTA 

 

De onde partiram os disparos que mataram os seis reféns?

Em que circunstâncias reféns e assaltantes foram mortos?

Por que a Polícia Rodoviária Federal não foi avisada sobre a operação?

Qual era o reforço em efetivo para barrar a ação da quadrilha, que já era planejada?

Há informações sobre o motorista do caminhão usado para bloquear a BR-116?

Excesso 

Ao O POVO, autoridade da Prefeitura de Milagres afirmou dois dias depois da tragédia que a Polícia havia agido com exagero no caso, que terminou com 14 mortos, sendo seis reféns

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