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Novos personagens da orla: histórias de pessoas que têm as vidas guiadas pelo mar em Fortaleza
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Novos personagens da orla: histórias de pessoas que têm as vidas guiadas pelo mar em Fortaleza

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Tipo Notícia

[VIDEO1]São 34 quilômetros em que o oceano beija Fortaleza. Mas, de coração bélico, a tal da loura desposada do sol foi crescendo olhando para o Forte de Nossa Senhora da Assunção e de costas para o mar. Navegar, banhar-se de água salgada, impregnar a vida de maresia era coisa de pescador. Tanto que o historiador e memorialista Miguel de Ângelo de Azevedo, o Nirez, conta que o primeiro banho de mar em traje ainda desengonçados que se tem conhecimento só aconteceu em 1931. Mas de lá para cá, parece que pegamos gosto.

Arranha-céu, barraca de praia, avenidas, calçadão... Foi o "progresso", como o pescador aposentado Sebastião Ramos, 73, define, que modificou a orla. "Da minha memória dos tempos de ontem, na orla se avistava cajueiro, pé de manga e casa de palha de pescador nativo. Hoje, mudou de num se reconhecer". Ele acha bonito, só lamenta que "o mar pro pescador agora é só ofício, não é mais morada". Quem da pesca vive, foi perdendo espaço.

Com os novos usos, vão surgindo muitas gentes. O mar era e ainda é alimento; é convívio; é brincadeira; e é sustento. Surfistas, corredores, nadadores, crossfiteiros, um sem-fim de esportistas vão fazendo da orla lugar e também força-motriz. Vendedor de coco, artesão da feirinha, dono de bar e restaurante, capitães de veleiros, vendedores ambulantes, de açaí, garçons, fotógrafos, caçadores de tesouros, turismólogos...

Neste especial, apresentamos a orla-lazer, uma orla-esporte, a orla-trabalho, uma orla-fruição e a orla-resistência, e tantas outras que vão ganhando significados. É que a praia banha as vidas de cada um de modo ímpar. Em comum, todos eles têm o mar como casa. Nas próximas páginas, o convite é para um mergulho nas histórias de novos personagens que emergem de uma orla que se reinventa.

 

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