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Camilo cria grupo para apurar as 14 mortes em Milagres
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Camilo cria grupo para apurar as 14 mortes em Milagres

Governador anunciou também que a Controladoria Geral de Disciplina abriu investigação preliminar sobre a ação policial
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Após minimizar 14 mortes na tentativa de assalto a bancos em Milagres, no Cariri, o governador Camilo Santana (PT) voltou ontem a se pronunciar sobre o caso. Desta vez, anunciando providências. Em página oficial no Facebook, definiu como lamentável o fato e informou a criação de um grupo especial de investigação para o caso, com a Delegacia Regional de Brejo Santo, Delegacia Municipal de Milagres e apoio da Delegacia de Roubos e Furtos e do Departamento de Polícia do Interior Sul.

Ainda na mensagem, ele afirma que a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD) abriu investigação preliminar. Segundo Camilo, as armas dos suspeitos e dos policiais militares envolvidos na ação foram recolhidas pela Polícia Civil para perícia. "Até o momento, oito suspeitos já foram presos em flagrante e 24 pessoas foram ouvidas".

"Desde o momento do fato, minha determinação tem sido de investigação rigorosa e isenta, para que toda a ação e suas responsabilidades sejam devidamente apuradas. Nenhuma ação da polícia cearense é feita com a intenção deliberada de tirar vidas, muito menos de vítimas inocentes, que devem sempre ser protegidas em primeiro lugar", prossegue o texto do governador.

Na madrugada de sexta-feira, 7, uma tentativa de ataque a agências bancárias em Milagres (a 482 km de Fortaleza), resultou em 14 mortos, entre eles seis pessoas que foram feitas reféns, sendo cinco da mesma família.

Para o professor Marcos Silva, do Laboratório de Estudos da Violência da Universidade Federal do Ceará (UFC), um dos provocadores da ação policial foi o que chama de cultura do enfrentamento letal. "Você vê no discurso da autoridade máxima do Estado elogiando, num primeiro momento, a ação policial porque impediu um crime financeiro. Mas impedir um crime financeiro nessa lógica eliminou todas as outras lógicas no que diz respeito à vida humana". E acrescenta: "No caso de Milagres, tudo isso poderia ser evitado se a gente tivesse uma cultura diferenciada da lógica de eliminação total, que fosse mais inteligente e mais combativa, efetivamente".

O POVO solicitou atualizações sobre o caso à Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), que, em nota, respondeu que "todas as circunstâncias da ocorrência estão sendo investigadas pela Polícia Civil. Mais informações serão repassadas em momento oportuno para não comprometer o andamento dos trabalhos investigativos".

Perguntas sem respostas 

De onde partiram os disparos que mataram os seis reféns?

Em que circunstâncias reféns e assaltantes foram mortos?

Por que a Polícia Rodoviária Federal não foi avisada sobre a operação?

Qual era o reforço em efetivo para barrar a ação da quadrilha, que já era planejada?

Há informações sobre o motorista do caminhão usado para bloquear a BR-116?

Ações após a tragédia 

A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD) abriu investigação preliminar para apurar o ocorrido.

As armas dos suspeitos e dos policiais envolvidos na ação foram recolhidas pela Polícia Civil para serem periciadas.

Foi criado grupo especial de investigação para o caso, com a Delegacia 

Regional de Brejo Santo, Delegacia Municipal de Milagres e apoio da Delegacia de Roubos e Furtos e do Departamento de Polícia do Interior Sul.

Oito pessoas foram presas em flagrante ainda na sexta-feira e 24 foram ouvidas pela Polícia.

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