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Bebês em UTI do Albert Sabin encantam em ensaio fotográfico natalino
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Bebês em UTI do Albert Sabin encantam em ensaio fotográfico natalino

| Unidade de médio risco | Presente contemplou seis recém-nascidos internados no hospital infantil da rede estadual
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Pisca-piscas, gorrinhos e decoração natalina. Foi assim que a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de médio risco do Hospital Infantil Albert Sabin (Hias) ficou enfeitada por algumas horas. Seis recém-nascidos e seis mães ganharam um ensaio fotográfico para celebrar o fim do ano. E o sofrimento de verem os filhos na UTI deu espaço à alegria no coração delas.

 

Os responsáveis pela ação são Clécio Albuquerque e Dayane Albuquerque, um casal de fotógrafos. A convite da equipe do Hias e de uma turma de médicos do programa de Residência Integrada em Saúde da Escola de Saúde Pública do Ceará, eles realizaram a sessão de fotos no último dia 12 de dezembro.

 

Acostumado a fotografar casamentos, Clécio afirma ao O POVO que ainda não encontrou palavras para descrever o momento: "Nunca tinha feito nada do tipo. Foi muito bacana participar disso e conhecer tantas histórias comoventes. Costumo dizer que sou um contador de histórias e essa foi muito única".

 

O fotógrafo conta que chegou a se emocionar e sair da sala várias vezes. Ele diz que a experiência o fez refletir sobre as dificuldades das famílias lá presentes. Embora os bebês estivessem perto de receber alta, muitos ainda se encontravam com a saúde frágil devido ao nascimento prematuro.

 

É o caso de Alex, nascido no último dia 6 de dezembro enquanto sua mãe se encaminhava para o hospital de Quixeré. Maria da Conceição de Sousa Ribeiro, 27, conta que o filho foi "apressadinho". Alex nasceu de 7 meses e precisou ser transferido de Limoeiro do Norte para Fortaleza para receber cuidados especializados.

 

"Eu estava tentando ser transferida pra maternidade de Limoeiro do Norte porque em Quixeré não tem, aí ele acabou nascendo. Ele estava com dificuldade de respirar e o rosto estava todo roxo. Fiquei com muito medo, mas graças a Deus ele ficou bem", relata a mãe de primeira viagem.

 

O pequeno foi um dos recém-nascidos fotografados pelo casal, quando estava  com apenas seis dias de vida. "De imediato eu aceitei, porque pude ter um registro do meu filho. Lá na UTI não pode levar celular, a gente fica muito apreensiva. Foi um momento foi muito legal", comenta Conceição. E ainda brinca: "Não deu tempo fazer maquiagem e cabelo".

 

Alex recebeu alta ontem, e já está em casa com a família em Quixeré, a 201,8 km de Fortaleza. "Já está tudo bem, estamos nos adaptando à nova rotina. Apesar de termos sido muito bem tratados no Albert Sabin, nada como o cuidado de casa, né?", finaliza Conceição.

 

"Fantástico", resume Clécio. Pai de cinco filhos, ele agora verá o mundo "de outra forma". Responsável por documentar vidas, este é um documento que ele vai guardar na memória.

 

"A gente deu esse presente, mas acabamos também recebendo um presente. Reclamamos de coisas tão pequenas e nos deparamos com as dificuldades dessas mães com filhos na UTI", pondera.

 

As fotos, gratuitas, serão entregues para cada mãe em uma espécie de kit fotográfico, em formato impresso. Nada de pen drive e nem CD. Tudo para ficar "bem feito e interessante", segundo o fotógrafo. Segundo Clécio, a ideia é tentar entregar as fotografias ainda este ano, antes do Natal. As fotos também ficarão expostas no hospital. "Vou dar muito mais valor à vida e aos outros. Talvez a palavra que possa resumir toda essa experiência é 'gratidão'", pontua.

 

O cuidado com o estado de saúde dos bebês foi prioridade para a sessão de fotos. De acordo com Clécio, cada criança tinha seu gorrinho individual, por exemplo. Todos os materiais foram esterilizados e apenas luz natural foi utilizada. "Tinha alguns na encubadora, então são foi usado flash de câmera para não causar nenhuma estresse ou prejuízo aos bebês", explica.

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