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Projeto da Funceme pretende prever e monitorar seca agrícola
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Projeto da Funceme pretende prever e monitorar seca agrícola

Tecnologia japonesa. Pesquisa
Edição Impressa
Tipo Notícia
 

Entender qual o momento mais propício para o plantio, que culturas terão mais chances de vingar nas condições climáticas e de solo de cada ano, classificar a severidade da seca dentro de um determinado período. Esses são alguns dos benefícios que podem se tornar possíveis com o Projeto Piloto de Previsão e Monitoramento de Seca Agrícola no Ceará, que está sendo implementado por pesquisadores da Funceme que passaram por 34 dias de treinamento no Centro Internacional de Gerenciamento de Perigos e Riscos da Água (Icharm, da sigla em inglês), em Tsukuba, no Japão.

 

O projeto, custeado pelo Banco Mundial e com duração inicial de oito meses, terá a primeira compilação de dados em dezembro e poderá ter impacto nas culturas de sequeiro da quadra chuvosa de 2019, como explica o pesquisador da Funceme Nilo de Carvalho Júnior.

 

Informações da composição dos solos e da cobertura vegetal do Ceará, e dados dinâmicos como índices e previsões pluviométricas e movimento dos ventos, se reúnem à tecnologia japonesa. O uso de imagens de microondas de satélite poderá indicar previsões de umidade de solo.

 

"Tem um caráter diferente, que complementa as atividades o que a Funceme faz. O modelo faz a previsão do estado de umidade do solo e o estado da vegetação, vê o impacto das nossas chuvas para o agricultor. Não é um modelo de previsão de chuvas, ele usa a previsão de chuvas mais dados do satélite de microondas, que atravessa nuvens e consegue estimar a umidade do solo", explana.

 

A pesquisa no Ceará é incrementada por dados in loco dos solos, fazendo a integração com a Secretaria de Desenvolvimento Agrário. "O diálogo com as outras esferas é importante para que esse modelo tenha realmente a utilidade que pretende e chegue a quem pode se beneficiar dele, os agricultores", acredita o pesquisador. A expansão do projeto a outros estados do Nordeste também foi ventilada.

 

Após a operacionalização no Ceará do sistema, que hoje ainda precisa dos computadores japoneses para captar e repassar os dados para o Estado, Nilo de Carvalho Júnior projeta a utilização das informações para desenvolvimento de pesquisas científicas.

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