Logo O POVO+
Painel na Leste-Oeste rememora 256 mortos no trânsito em Fortaleza
CIDADES

Painel na Leste-Oeste rememora 256 mortos no trânsito em Fortaleza

| VÍTIMAS EM 2017 | Seguindo calendário mundial da ONU, intervenção em muro de escola mira conscientização da população
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
NULL (Foto: )
Foto: NULL

[FOTO1]

Duzentos e cinquenta e seis nomes fictícios estampados no muro da Escola de Ensino Fundamental e Médio (EEFM) Flávio Marcílio, na avenida Presidente Castelo Branco (Leste-Oeste), relembram 256 vítimas reais da violência no trânsito de Fortaleza no ano passado. O painel em homenagem aos mortos foi posto pela Prefeitura na manhã de ontem como forma de o Município se engajar num movimento global que se apropria do dia 20 de novembro para advertir sobre a urgência de prevenir acidentes de trânsito e, por consequência, mortes.

 

A EEFM Flávio Marcílio está situada próximo ao cruzamento entre a Leste-Oeste e a avenida Pasteur, onde, geralmente, se concentram acidentes na região e onde, no início deste ano, foram feitas intervenções de segurança viária, como alargamento de calçadas. Centralizando a ação educativa na escola, a Prefeitura espera conscientizar as futuras gerações de condutores.

 

Contudo, para o estudante terceiranista Paulo Henrique Oliveira, 18, antes de se exigir consciência dos jovens, seria preciso assegurar postura adequada dos condutores que já estão em circulação pela Cidade. Ele costuma revezar de bicicleta ou skate a ida à escola e contou que, por vezes, é "trancado" por motoristas de ônibus e caminhão, principalmente. "Pra eles, eles estão certos. 

 

A gente não pode fazer nada porque é arriscado o cara estar armado dentro do carro e matar a gente. Então a gente tem que aturar, né?", desaprovou o rapaz.

 

A segundanista Milene Tamara, 18, por outro lado, defende que a conscientização tem de partir dos próprios condutores. "Placas ajudam, sim, principalmente àquelas pessoas que não têm conhecimento maior, mas as pessoas sabem o que é errado e, mesmo assim, fazem".

 

Como exemplo do que vê de errado cotidianamente, a garota citou quem costuma burlar a Lei Seca e quem desrespeita a faixa de pedestres. "Já passei por várias situações em que o semáforo está fechado e o ônibus passa junto comigo", relatou.

 

Diretor da EEFM Flávio Marcílio, André Mota se mostrou contente por a escola ter sido escolhida para receber a homenagem aos mortos no trânsito da Capital. Isso porque, segundo ele, há pelo menos quatro anos a instituição teve de lidar com a perda de uma estudante chamada Kelly ? ele não detalhou a vida escolar da garota. Portanto, o mural, para o diretor, "tanto dá um 'resgate' às vítimas como serve de alerta aos que estão dirigindo atualmente. 

 

Eles (os estudantes) moram aqui, vivenciam, infelizmente, isso de ter amigos e familiares que já foram vítimas de acidente de trânsito".

 

A ideia, portanto, da homenagem, é "fazer com que a população conheça a dimensão do problema" da segurança viária, segundo Dante Rosado, coordenador da Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global em Fortaleza. "A gente tem que mostrar pra população esse problema pra ela entender que é algo grave e, a partir daí, começar a entender por que a Prefeitura está adequando velocidade (a máxima permitida na Leste-Oeste foi reduzida de 60 km/h para 50 km/h), implantando ciclofaixa, semáforo pra pedestre?", citou o especialista.

 

Segunda edição

 

A primeira vez em que a Prefeitura de Fortaleza se engajou na campanha foi ano passado, quando reuniu aproximadamente 300 pessoas na avenida Beira Mar para simbolizar as 281 que morreram no trânsito de Fortaleza em 2016.

O que você achou desse conteúdo?