Logo O POVO+
Número de mulheres com diabetes tipo 2 no País cresce 84%
CIDADES

Número de mulheres com diabetes tipo 2 no País cresce 84%

|Em 11 anos| Os dados divulgados pelo Ministério da Saúde se referem ao intervalo entre 2006 e 2017. Fortaleza aparece como uma das cidades com incidência mais elevada, de 7,4%
Edição Impressa
Tipo Notícia
NULL (Foto: )
Foto: NULL
[FOTO1]

Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), o número de mulheres com diabetes tipo 2 ? adquirida por fatores externos como excesso de ingestão de açúcar e falta de exercícios ? cresceu 84% em 11 anos no Brasil. Em 2006, a doença se apresentava em 4,4% do público. Já em 2017, o número cresceu para 8,1%. Fortaleza aparece com uma das cidades onde a porcentagem é uma das mais elevadas, com 7,4% do público feminino com a enfermidade.

 

Neste ano, o Dia Mundial do Diabetes, no próximo dia 14, ganhou um novo nome: Novembro Diabetes Azul. O tema central da campanha coordenada pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) é Diabetes e Família.

 

A médica endocrinologista Marcela França, do Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão do Ceará, alerta que o diabetes é silencioso, difícil de ser percebido e, nos estágios mais avançados, pode agravar funções renais, visão e circulação.

 

"A doença pode levar à perda de visão e, nos casos mais graves, levar à morte quando associada ao sistema cardiovascular, como por infarto", alerta a médica.

 

A recomendação é de se fazer o teste de glicemia, para medir o percentual de açúcar no sangue, a partir dos 40 anos, segundo a médica. De acordo com a Federação Internacional de Diabetes (IDF), órgão que está ligado diretamente à Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 425 milhões de adultos (entre 20 e 79 anos) sofrem com o diabetes em todo o planeta.

 

O último levantamento do IDF mostra o Brasil em 4º lugar na população com a doença: 12,5 milhões de pessoas.

 

Margarida Gomes, 69, descobriu aos 57 anos que tinha diabetes tipo 2. "Sempre fui muito ativa, não imaginava que pudesse ficar doente", conta a aposentada.

 

Os primeiros sinais de que algo estava errado demoraram a aparecer e, quando descobriu, a glicemia (taxa de açúcar no sangue) já estava em 588 mg/dl (miligramas por decilitro). O número considerado saudável é entre 90 mg/dl e 110 mg/dl (há mais variações de parâmetro, conforme diferentes condições). "Os médicos ficaram impressionados com o valor da glicemia", conta.

 

Ainda segundo a IDF, o País ocupa a 3ª posição em relação a crianças e adolescentes com a enfermidade: 88.300 casos, atrás apenas da Índia e dos Estados Unidos.

 

É o caso de Clara, 11, menina que teve o diagnóstico da doença quase aos 8 anos. "Descobrimos porque ela urinava muito, perdia peso e sentia muita sede. Foi um baque, ficamos abalados porque é uma doença que limita muito a criança", retrata a dona de casa Claudina Alcântara, 44, mãe de Clara.

 

Marcela França alerta que crianças eram acometidas basicamente do tipo 1, determinada por fatores genéticos. A exposição à má alimentação, ao sedentarismo e à obesidade tem gerado número maior de crianças e adolescentes com o tipo 2 da doença. "É preciso fazer um alerta aos pais e aos responsáveis que cuidem da alimentação das crianças e que estimulem a fazer exercícios". (Angélica Feitosa)

 

Números

 

1,3 Milhão de mulheres compõesm a população de Fortaleza, conforme projeção do IBGE

O que você achou desse conteúdo?