De acordo com Alan Vaz Lopes, superintendente adjunto de Fiscalização e Regulação da Agência Nacional das Águas (ANA), a expectativa é que o primeiro contrato com os estados beneficiados seja de dois anos. "Em paralelo, o Governo Federal tem discutido modelos mais aperfeiçoados de gestão que poderiam levar a um custo menor e mais eficiência. Por exemplo, um consórcio público formado pelos quatro estados. O BNDES também estuda possibilidades de Parcerias Público-Privada (PPP), instalação de painéis solares para a redução do custo de energia elétrica. Há um conjunto de alternativas em estudo".
Pela outorga da ANA, o prazo definido para assinatura dos contratos de fornecimento de água entre a Codevasf, operadora federal, e as operadoras estaduais seria até dezembro de 2018. O superintendente explica que o pedido de prorrogação do MI para maio de 2019 está sendo avaliado pela ANA.
A tarifa simulada para operação e manutenção no Eixo Leste em 2018 seria de R$1,04 por m³. "A ANA ainda está avaliando o valor da tarifa para 2019. O Ceará fez um planejamento de operação em torno de 12 m³/s em Jati. É um cálculo que precisa ser feito, uma tarifa que provavelmente será menor porque vai ter um volume de água maior sendo bombeado e parte do custo é fixo. A gente vai dividir o montante de custo por um volume maior", compara.
Para Silvio Carlos Ribeiro, diretor de agronegócio da Agência de
Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), a utilização da água no agronegócio deve visar maior retorno das culturas produzidas. "A gente tem muita preocupação, é uma água que vai chegar com custo alto. A gente tem que otimizar o custo dela, dar mais retorno".
"No caso do setor agropecuário, uma temática que o Estado está abraçando é produzir culturas de alto valor agregado, frutas nobres, exóticas, como pitaya, mirtilo, melão, melancia. Culturas que a gente possa exportar, tenha menor consumo de água e gerar mais emprego e renda", defende. As alternativas iriam substituir culturas que "consomem muita água e geram pouco retorno ao produtor", como o arroz.
Atrasos
Dentre as muitas paralisações da obra, a última durou 13 meses, no intervalo entre junho de 2016 e julho de 2017.