No Ceará, 492 homens morreram por câncer de próstata em 2018, apontam dados até outubro da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Brasil, a cada sete minutos um homem é diagnosticado com a doença; um homem morre em decorrência dela a cada 40 minutos. Mas o índice de mortalidade pode diminuir caso o indivíduo seja diagnosticado na fase inicial do tumor. E para alertar sobre isso, novembro é o mês especial da campanha de prevenção.
A estimativa, aponta o Inca, é de que 2.730 novos casos de câncer de próstata sejam identificados no Estado para cada ano do biênio 2018-2019. Em todo o Brasil, o número deve passar de 68 mil.
O risco aumenta para homens com mais de 60 anos; quem chega aos 50 já deve realizar exames. Aqueles com parentes que já tiveram a doença e homens da raça negra, devido à maior probabilidade, devem procurar um médico a partir dos 45 anos.
Chefe do serviço de urologia do Hospital Haroldo Juaçaba, Dennis Fujiike destaca que a doença não pode ser evitada e que a única saída é identificá-la na fase inicial. "Estamos vencendo o preconceito e a falta de acesso ao médico. O homem deve, principalmente, vencer o preconceito, já que nas fases iniciais mais de 90% desses pacientes serão curados". O médico pontua que dois a cada dez pacientes têm diagnóstico em estágio avançado.
Por isso a necessidade de buscar acompanhamento adequado. "A ideia de que o homem não tem que se preocupar com a saúde, tem que trabalhar e ser forte são fatores de ordem cultural. Aqueles homens que têm a visão tradicional e conservadora têm dificuldade de fazer o exame, pelo fato de ser de toque retal", observa João Ilo Barbosa, professor do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Ceará (UFC).
PREVENÇÃO
Quando a doença é descoberta em estágio inicial, o paciente tem 90% de chance de cura. A investigação da possibilidade da doença é feita pelo exame de toque retal e pelo exame de sangue (PSA). Um não substitui o outro.
PARA SABER
SINTOMAS
A maioria não tem sintomas na fase inicial. No entanto, a doença provoca alteração na frequência urinária; dor ao urinar; sangramento na urina ou na ejaculação.
TRATAMENTOS
A indicação do tratamento mais adequado é feita por avaliação individual. As opções são a cirurgia e a radioterapia. A primeira consiste na retirada da próstata e das vesículas seminais, região adjacente. A segunda é aplicada na área da próstata.
Em estágio mais avançado, é preciso reduzir os impactos do câncer onde ele está alojado. A opção do estadiamento é por hormonioterapia ? com objetivo de reduzir o nível de testosterona do paciente, já que o hormônio pode aumentar o tumor. A quimioterapia visa fazer regredir as células tumorais.