A Prefeitura de Fortaleza inaugurou, ontem, o Núcleo de Desenvolvimento Infantil (NDI) Janaína da Silva Rodrigues, no Posto de Saúde Roberto da Silva Bruno, localizado no Bairro de Fátima. O equipamento objetiva detectar precocemente possíveis déficits cognitivos e assistir integralmente as crianças e familiares por meio da Estratégia de Saúde da Família (ESF). Hoje, 29, será inaugurado o 6º NDI, no Posto de Saúde Dom Aloísio Lorscheider, no bairro Itaperi.
Os NDIs possuem equipes multidisciplinares, compostas por psicólogos, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, fisioterapeutas e pediatras que acompanham crianças com níveis de déficits cognitivos mais leves. Como a ação está associada ao Saúde da Família, as escolas da área de abrangência recebem as avaliações das crianças assistidas, para que sejam integradas adequadamente no meio educacional.
A coordenadora do Posto Roberto Bruno, Monique Lima, diz que o atendimento ocorre de acordo com a dimensão de necessidade. O profissional faz um plano de tratamento que define se algumas sessões são suficientes para melhorias ou se a supervisão é mantida até o fim da adolescência. No último caso, o núcleo mantém o serviço, mas em conjunto com hospitais de grande porte.
Em média 50 crianças estão sendo acolhidas em cada um dos NDIs já existentes, segundo a secretária adjunta da Saúde (SMS), Ana Estela Leite.
Nos postos de saúde Maria de Lourdes Ribeiro Jereissati e Regina Maria da Silva Severino, primeiros a terem NDI em suas instalações, 150 crianças já foram atendidas. De acordo com Ana Estela Leite, em casos de déficit com grau mais elevado, os pacientes são encaminhadas para centros especializados.
Os déficits cognitivos são aqueles que afetam a interação da criança com o mundo em volta dela. Entre eles, os mais conhecidos são Transtorno de Déficit de Atenção (TDA), o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), Transtorno do Espectro Autista (TEA) e a síndrome de down. O maior número de ocorrências de déficits cognitivos é em bebês prematuros ou que sofreram algum grau de asfixia durante o parto. De acordo com a pediatra Fátima Cavalcante, a identificação precoce é importante para garantir o melhor desenvolvimento logo na primeira infância (até os 3 anos), época em que o cérebro humano desenvolve a maioria das ligações entre os neurônios.
A pediatra explica que, para identificar os déficits, a família precisa estar atenta ao comportamento da criança em relação à idade. Se o bebê não balbucia ou não faz movimentos de abrir e fechar as mãos nos primeiros meses, tem o corpo muito mole ou então muito tensionado, é imprescindível levá-lo ao pediatra. Ela ressalta que crianças de até 1 ano devem ser levadas ao médico uma vez ao mês. Passado o primeiro ano de vida, a frequência muda para uma consulta a cada dois meses.