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Universitária que denunciou estupro prestou queixa dias antes por injúria
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Universitária que denunciou estupro prestou queixa dias antes por injúria

| Crime Sexual |Denúncia é investigada pela Delegacia de Defesa da Mulher. OAB diz que crime ocorreu "aparentemente por motivações políticas"
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A denúncia por injúria racial feita no último dia 23 à Polícia, a postagem sobre as ameaças nas redes sociais e nem mesmo a nota pública da Universidade de Fortaleza foram suficientes para impedir que ameaças de estupro se concretizassem contra uma estudante de 33 anos, conforme denúncia feita à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). Segundo as investigações, o crime aconteceu no bairro Edson Queiroz, na quinta-feira, 25, fora das dependências da universidade. Conforme colegas, a motivação teria sido intolerância política.

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"Ela já havia feito a denúncia contra racismo e vinha sofrendo essas ameaças. Ela fez uma publicação e começou a receber muitas ameaças virtuais", afirmou uma colega que pediu para não ser identificada. Conforme ela, os principais procedimentos médicos e legais já foram realizados.

 

No dia 10 do mesmo mês, conforme nota do Diretório Acadêmico da Unifor, a aluna foi vítima de frases como "Você não merece estar aqui", "Este lugar não é para gente como você" e "Sua negra! Não quero conviver com pessoas do seu tipo aqui na universidade". Uma outra aluna graduanda na universidade revelou que depois desse episódio a vítima passou a ser constantemente ameaçada de ser agredida fisicamente e que o ambiente no local está bastante polarizado. "Eles a tiraram de dentro do ônibus. Estamos todos com muito medo e muita indignação".

 

Por nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSPDS) informou que a vítima foi encaminhada a exame de corpo de delito na Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) e logo depois, levada a uma unidade de saúde. "Mais detalhes serão repassados em momento oportuno para não comprometer os trabalhos policiais".

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A Unifor divulgou repudiou "qualquer ato de violência" e emitiu nota se solidarizando com a vítima. A universidade afirma que está acompanhando a situação junto às autoridades e diz que os apoios jurídico e psicológico da instituição estão à disposição da estudante "mesmo que o assunto em voga não tenha ocorrido no campus".

 

Também por meio de nota, a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil - Ceará (OAB-CE) informou que o crime aconteceu "aparentemente por motivações políticas". "É lamentável e repugnante o nível que se chega nessas eleições. É preocupante o empoderamento de grupos que repercutem o discurso de ódio", lamentou a comissão da OAB. O grupo cobra "apuração célere" do caso.

 

O Observatório da Intolerância Política e Ideológica do Ceará da Defensoria Pública da União (DPU), Defensoria Pública do Ceará, em parceria com a OAB está acompanhando o caso e afirma que "todos os procedimentos cabíveis" nas esferas legal e criminal estão sendo tomados para identificar os autores do crime. (Colaboraram Gabrielle Zaranza/Especial para O POVO e Matheus Facundo/Especial para O POVO)

 

Crimes Sexuais

 

Conforme dados deste ano da SSPDS, a cada cinco horas uma pessoa denuncia crime sexual no Ceará

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