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Calçados ou com os pés no chão. A fé em forma de acenos, cânticos e orações. Assim, fiéis se somaram, ontem, na procissão solene de Nossa Senhora Aparecida, no Cristo Redentor. A caminhada se concentrou na Igreja Matriz do bairro e, às 17 horas, rumou para a Capela Nossa Senhora Aparecida, localizada na avenida Presidente Castelo Branco (Leste-Oeste), onde uma Missa foi celebrada.
O cortejo acompanhou a imagem da santa padroeira do Brasil, levada em um carro aberto, por pouco mais de um quilômetro. Nas janelas, sacadas e calçadas, moradores participaram tímida ou emotivamente. É porque quem não teve como se integrar ao movimento participou como pôde.
A dona de casa Rita de Cássia Lima, 58 anos, cuida da mãe, de 94 anos, e, por isso, rezou na frente de casa mesmo. "Eu sou católica, mas quase não estou indo [à igreja] porque eu cuido dela", justifica. Sobre as preces, ela revela o pedido: "Só saúde. É importante na vida da gente".
A aposentada Inácia Sousa, 70 anos, seguia a caminhada a passos lentos. Para ela, o cortejo "representa o amor de mãe, de Maria e de Jesus Cristo". Além de amigas de bairro e fé, dona Inácia estava acompanhada do desejo "de uma graça muito grande". "Sempre venho por muito amor a ela. Hoje estou atrás de alcançar essa graça", crê.
Uma equipe da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) deu apoio ao cortejo, que ocupou uma faixa da avenida Presidente Castelo Branco.
A Capela Nossa Senhora Aparecida recebeu a imagem da Santa às 18 horas. Mais fiéis já aguardavam o cortejo para acompanhar a celebração da missa. Em seu sermão, o padre Helton dos Reis, da Paróquia Cristo Redentor, falou sobre o significado de ser devoto de Nossa Senhora Aparecida. "Ela escolheu o Brasil para guardar, para interceder por nós, junto ao filho dela. Podemos dizer que ser devoto à Maria, mãe de Jesus, se resume nessa frase: Fazer tudo aquilo que ele vos disser".
Na tradição católica, Nossa Senhora Aparecida é o nome dado à imagem de Nossa Senhora da Conceição, que teria sido encontrada em outubro de 1717, há 301 anos, por três pescadores no Rio Paraíba do Sul, em São Paulo.
Oficialmente, a santa foi considerada padroeira do País só em 16 de julho de 1930, por decreto do Papa Pio XI. Contudo, a declaração de feriado nacional foi sancionada pelo presidente João Figueiredo, em 30 de junho de 1980.
Fé e gratidão
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Leci Oliveira, 59 anos, dona de casa, é mais uma das moradoras do Cristo Redentor que acompanhou, ontem, a procissão, em um ato pessoal de fé e gratidão."[Vim] agradecer e alcançar muitas graças", explica o motivo de sua presença.Segundo a dona de casa, a santa ajudou na melhora do estado de saúde da filha caçula. "Eu curei ela só com a fé", acredita.Para o futuro, Dona Leci diz que roga por "muita paz, porque há muita violência".