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Mulheres bloqueiam BR em protesto por melhoria na CPPL VII
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Mulheres bloqueiam BR em protesto por melhoria na CPPL VII

| Lotação | O presídio completará um ano no próximo mês. Inaugurada como penitenciária modelo, a Unidade Prisional Professor José Sobreira de Amorim, em Itaitinga, abriga 967 homens e tem capacidade para somente para 600 detentos
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Mulheres, familiares de detentos mantidos na Unidade Prisional Professor José Sobreira de Amorim, em Itaitinga, inaugurada em novembro de 2017, realizaram, na manhã de ontem, um protesto na BR-116 para pedir melhorias nas condições dos presídios. Eram cerca de 100, entre companheiras, mães e irmãs, que também exigiam mudanças na direção do presídio.

[SAIBAMAIS] 

No quilômetro 17, o grupo protestou contra a violência ao qual os detentos, segundo elas, são submetidos. O presídio tem capacidade para 600 detentos e abrigava, ontem, 967 pessoas. Algumas manifestantes usavam camisas para cobrir os rostos.

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Um motim dentro da unidade foi iniciado ainda na noite da última segunda, 15. Uma das mulheres, que pediu para não ser identificada, descreve o que chama de humilhações pelas quais os presos são submetidos. Após as visitas, segundo conta, os homens são mantidos deitados e nus, na área externa do presídio, sob o sol. A intenção é que eles passem por uma revista. Ela afirma que nesse momento agentes penitenciários costumam desferir socos e pontapés. "Eles ferem e agridem meu esposo e o delas aqui. Não basta já estar preso, pagando pelo mal que fizeram?", questiona.

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Desde a noite da última segunda, o presídio enfrentava uma rebelião. Na manhã de ontem, antes que o controle do local fosse retomado, três ambulâncias entraram e saíram da unidade. Apesar dos vários bloqueios temporários na rodovia, os carros de emergência tiveram a permissão para passar sem pausa. Do lado de fora, as mulheres não tinham notícias do que estava acontecendo na unidade e nem se haveria feridos. A mãe de um detento contou que seis vivências tinham celas quebradas. "A gente não sabe é de nada aqui fora. Dá um desespero", diz.

 

A qualidade da comida servida pelo sistema é outra reivindicação. Esposa de um dos presidiários, a dona de casa de 28 anos contou que o marido chegou a entrar em coma pela quantidade de chutes e murros que teria recebido dos agentes. "E quando ele voltou, ainda foi colocado na tranca (isolamento). É muita humilhação", relata.

 

A manhã de ontem foi marcada por situações de conflitos. Motoristas buzinavam, na tentativa de passar com o carro. As mulheres passaram a gritar "Queremos notícias, queremos notícias".

 

Em nota, a Secretaria da Justiça e Cidadania do Ceará (Sejus) informa que, na manhã desta terça, um grupo de mulheres, companheiras de internos da Unidade Prisional Professor José Sobreira de Amorim, foi recebido por gestores do órgão. As denúncias apresentadas serão prontamente apuradas.

 

 

Perguntas sem resposta

 

As duas notas da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará não esclarecem alguns pontos do caso.

 

1. Por que o caso não configurou flagrante tendo em vista a presença de policiais no local e no momento da ocorrência?


2. Por qual razão o homem que atirou não foi algemado pelos policiais?


3. O que o atirador mostrou para o policial no momento da abordagem?


4. Por que o homem não foi colocado na viatura como preso comum, mas foi levado no banco traseiro da viatura?

 

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