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Homem preso distribuía mensalmente 100 kg de cocaína
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Homem preso distribuía mensalmente 100 kg de cocaína

| Facções | Marcos da Silva Pereira foi preso 19 de outubro último, em operação da Polícia Civil que também prendeu Marcos André Silva Ferreira
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A prisão de um homem apontado como um dos fundadores da facção criminosa "Guardiões do Estado" (GDE) foi anunciada na manhã de ontem, 22, pela Polícia Civil. Conhecido como Marquinhos Chinês ou Marquim 200, Marcos da Silva Pereira, de 39 anos, comercializava cerca de 100 quilos mensais de cocaína que eram traficados na região dos bairros Meireles, Varjota e Papicu, conforme investigação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco).

 

Os policiais também prenderam Marcos André Silva Ferreira, de 24 anos, que participaria do esquema junto a Chinês. Dedé ou Branquinho, como é conhecido, era investigado em uma operação paralela, conforme detalhado nesta segunda-feira em entrevista coletiva. As apurações, no entanto, confluíram quando eles foram flagrados conversando em uma padaria do bairro Aldeota, em 19 de setembro último. Naquele dia, a Polícia Civil descobriu que uma grande transação de drogas seria feita.

 

Após a reunião, policiais civis seguiram os dois homens, que foram, em um carro, até o bairro Quintino Cunha. Em seguida, a dupla partiu em direção à localidade de Garrote, já em Caucaia. Durante a perseguição, os policiais perderam o veículo de vista, momento em que Marcos André conseguiu escapar. No destino final, Chinês, no entanto, foi preso. Com ele, foi apreendido R$ 18.579,15 em espécie. Havia ainda um celular que ele conseguiu quebrar. Em depoimento, o indiciado disse que o dinheiro era  referente a negociação de um veículo.

 

Dedé só foi preso em 10 de outubro, em uma academia da Aldeota. No dia seguinte à operação que prendeu Chinês, ele chegou a postar fotos em uma rede social comendo num restaurante caro em São Paulo (SP). A Polícia Civil identificou que Marcos André morava em um apartamento de luxo, na avenida Beira-Mar. Ele ainda teria um outro apartamento, avaliado em 1 milhão de reais, além de três carros, inclusive, uma caminhonete modelo Toyota Hilux blindada. Assim como Chinês, Dedé se apresentava como revendedor de carros, o que usava para justificar tanto seu alto padrão de vida, como a posse de vários veículos. No apartamento de Dedé, foi encontrada uma procuração assinada por Auricélio Sousa Freitas, o "Celim da Babilônia", apontado como um dos integrantes do "conselho superior" da GDE e mandante da "Chacina das Cajazeiras". Marcos André cursava o quarto semestre de Direito em uma faculdade particular de Fortaleza.

 

Conforme a Polícia Civil, Marcos da Silva Pereira, o primeiro homem preso, comandava o tráfico de drogas na favela Verdes Mares, no Papicu. Em juízo, ele confirmou pertencer à facção. Testemunha ouvida pela Draco aponta Chinês como "cabeça" da GDE em Fortaleza, conforme consta em decisão judicial que decretou, em audiência de custódia, a prisão preventiva de Chinês. "O APF (auto de prisão em flagrante) indica as pessoas do custodiado e de Francisco Bruno Felipe de Oliveira, vulgo 'Gordão', como líderes da GDE, responsáveis por vários homicídios decorrentes da disputa pelo tráfico de drogas". Entre as mortes, estaria a de um sobrinho seu, identificado apenas como Tinoin.

 

Já Dedé não teve papel na facção identificado pela Draco. Segundo o delegado Harley Filho, ainda não se sabe se ele atuava como atravessador das drogas ou também era responsável pelo consórcio que traficava. Conforme a Draco, Dedé chegou a viajar em junho para Pedro Juan Caballero, no Paraguai, cidade apontada como entreposto de drogas para o Brasil. (Com informações de Igor Cavalcante)

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