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Estudantes cearenses começam a ser avaliados no Spaece
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Estudantes cearenses começam a ser avaliados no Spaece

| AVALIAÇÃO | Alfabetização e matemática ainda são desafios, aponta secretário da Educação do Estado. Alunos de 3º ano em 184 municípios cearenses fizeram o teste
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Estudantes da rede pública de ensino do Ceará começaram a ser avaliados, ontem, no Sistema Permanente da Avaliação da Educação Básica (Spaece). 

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Compreendendo conteúdos de língua portuguesa e matemática, o teste foi aplicado para 105.288 alunos do 3º ano do ensino médio de 651 escolas, nos 184 municípios cearenses. A avaliação será aplicada também para 306.144 estudantes dos 2º, 5º e 9º anos do ensino fundamental, nos dias 27, 28 e 29 de novembro próximo.

 

Rogers Mendes, titular da Secretaria da Educação (Seduc), afirma que, apesar de não haver consenso sobre a avaliações padronizadas e em larga escala, o Spaece é adotado para obter parâmetros de avaliação da política educacional do Estado.

 

"Nossa perspectiva é criar referências, inclusive de comparação, para poder intervir nas escolas que precisam de mais apoio público", afirma.

 

Rogers explica que o teste é anual para possibilitar a produção de informações que alicercem a criação e adoção de estratégias mais individualizadas. "Os dados do Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica), por exemplo, não são apresentados por aluno. No caso do Spaece, a gente entrega à escola o desempenho individualmente, porque aí a escola é quem tem o domínio das estratégias", explica.

 

Sobre os desafios revelados pelos testes, Rogers aponta a alfabetização como o maior gargalo da educação. "O Ceará tem, desde 2007, tentado instituir um ritmo, em parceria com os municípios, para que a gente não deixe que as crianças aos sete anos permaneçam sem concluir o processo de alfabetização. É o maior objetivo hoje porque se esse processo não for bem feito, a escolarização é comprometida".

 

Já no ensino médio, o déficit é mais visível na matemática. "Mas isso também pode ser uma consequência de uma má compreensão textual, porque como os problemas são apresentados em textos, a compreensão não sendo tão satisfatória dá uma sensação de que os meninos estão aprendendo menos matemática. Mas, possivelmente, a nossa grande questão ainda a superar é o letramento", avalia.

 

Oélio Pinheiro, diretor da Escola de Ensino Médio Liceu de Messejana, afirma que não há uma preparação específica para os testes. Ele sugere que o resultado dos exames oriente o planejamento da escola. "A gente fez, em janeiro, antes das aulas começarem, toda a reorganização da nossa matriz de matemática a partir dos resultados não só do Spaece, mas do Enem, de Saeb. Inclusive, com muita visitação a conteúdos do fundamental. Por exemplo, equações, função do 1º grau. É uma coisa que o aluno arrasta com muitas dificuldades", compartilha.

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