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Especialistas apontam como prevenir acidentes domésticos com crianças
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Especialistas apontam como prevenir acidentes domésticos com crianças

| SEGURANÇA |É importante brinquedos respeitando a faixa etária sugerida. Em casa, tomar alguns cuidados podem prevenir quedas e queimaduras
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O mês todo é um presente. Para alguns, são brinquedos. Para outros, passeios e momentos a mais para se divertir. Além de festa e alegria, em outubro, quando é comemorado o Dia das Crianças, é tempo de alertar sobre os cuidados para prevenir acidentes domésticos com os pequenos. No primeiro semestre de 2018, foram registrados 2.151 casos de quedas com lesões graves e 1.045 vítimas de engasgo, ingestão ou aspiração de corpo estranho em crianças no Instituto Dr. José Frota. Especialistas dão dicas sobre como prevenir e o que fazer em casos de acidentes.

 

No hospital, foram internados ainda crianças que sofreram traumas em ocorrências de trânsito (643 ); intoxicações agudas por picadas de animais peçonhentos, contato ou ingestão de medicamentos, substâncias químicas e venenos (414); traumas por escaldadura com líquidos quentes, chamas e brasas, substâncias inflamáveis e choques elétricos (361).

 

Segundo o tenente Germano Carvalho, do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará, a principal dica para prevenir acidentes é a vigilância. "É importante não deixar criança pequena sozinha, principalmente na cozinha. E também olhar o tipo de brinquedo no rótulo indicativo quando for comprar", frisa. O cuidado com os brinquedos também é destacado pela médica Sthael Lira, otorrinolaringologista do IJF.

 

"Nesse período de Dia das Crianças, não dar brinquedos com pecinhas pequenas que desarticulam, com baterias pequenas ou pontiagudos. Quanto menor a criança, o ideal são brinquedos grandes, de acordo com a faixa etária indicada. Moedas, grampos, chaves, pilhas também são comuns", explica.

 

Segundo ela, as crianças colocam os objetos em orifícios como ouvido, nariz e boca. "A criança pode aspirar e vir para o brônquio, onde ocorrem os engasgos e pode sufocar. É uma emergência que tem que tomar anestesia para tirar. Alguns, a gente consegue tirar sem anestesia, mas tem que ser em ambiente hospitalar. Se passar pelo esôfago, vai para o estômago", detalha.

 

Conforme Sthael, o primeiro cuidado no caso de um incidente como esse é não tentar retirar sozinho se não tiver experiência em manobras de salvamento. Em casos como o de engasgo, quedas graves e queimaduras, por exemplo, o ideal é ligar imediatamente para um serviço de emergência, reforça o tenente Germano.

 

Eva Maria da Silva, 40, que mora em Paracuru, conta o susto que levou com a pequena Margarida, de um ano e meio. "O meu filho deixou a porta aberta e ela foi para a varanda, passou pela grade e caiu do primeiro andar", relata. 

 

Apesar do susto de Eva, Margarida não quebrou nenhum osso nem ficou com sequelas.

 

Para proteger os pequenos, é importante olhar o ambiente e analisar o que pode causar algum incidente. Colocar telas ou grades próximo às escadas, janelas e piscinas, manter poços tampados, além de impedir o acesso as produtos de limpeza e medicamentos. Helder Pinto, gerente de urgência e emergência do IJF, alerta para cuidados como lembrar de deixar os cabos das panelas voltados para dentro do fogão para evitar queimaduras. "Não passar receitas caseiras como manteiga em casos de queimadura, apenas lavar com água corrente", frisa.

 

"No caso de uma queda em que a criança bateu a cabeça, sempre ficar atento se a criança vomita, fica inconsciente ou tem algum tipo de sangramento no nariz ou ouvido", acrescenta Hersey Martins, enfermeira da emergência pediátrica do IJF.

 

Dados no Brasil

 

No Brasil, foram registrados 51.928 hospitalizações por queda, 20.864 por queimaduras, 3.222 intoxicações, 508 por sufocação e 211 por afogamento. Os dados são do monitoramento Criança Segura a partir da plataforma de dados do Ministério da Saúde, o Datasus.

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