O juízo de Aquiraz solicitou "urgência" ao procurador-geral de Justiça, Plácido Rios, que analisa um pedido feito pelos próprios magistrados. O colegiado demandou análise e inclusão da acusação de duplo homicídio a três dos réus que, diferentemente dos outros sete, foram denunciados somente por organização criminosa.

O pedido foi protocolado na Procuradoria Geral de Justiça (PGJ) no último dia 27 de agosto. Deste então, conforme novo ofício enviado ao órgão, não houve retorno da PGJ. Procurada pelo O POVO, a assessoria de imprensa da Procuradoria informou que o caso continua em análise.

Os juízes argumentam que a urgência se dá em razão da "presença de réu preso e réus com prisões preventivas decretadas". Como O POVO mostrou em 21 de agosto, não foram denunciados pelas mortes: Felipe Ramos, Maria Jussara da Conceição e Jefte Ferreira.

O MPCE entendeu que, apesar de ter contribuído para o duplo homicídio, registrado em 15 de fevereiro deste ano, o grupo não o fez de maneira intencional. Felipe teria sido contratado para pilotar a aeronave para o grupo, enquanto Jussara e Jefte, mãe e filho, teriam ficado responsáveis pela logística e acomodação do grupo no Estado. Nenhum deles saberia, contudo, dos crimes que seriam praticados, segundo os promotores.

Entretanto, ao receberem a denúncia, os juízes afirmaram que o arquivamento indireto em relação aos três pelos "crimes de sangue se apresenta prematuro, eis que os dados reunidos no inquérito policial não seriam suficientes para concluir-se, de forma segura, que os indiciados não teriam concorrido de qualquer forma nos homicídios que ceifaram a vida das vítimas". (Thiago Paiva)