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Brasil estagna em 79º no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano
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Brasil estagna em 79º no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano

| IDH | Melhora da pontuação do País foi de 0,001, chegando a 0,759. Expectativa de vida cresce, mas desigualdade é um fator grave
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Pelo terceiro ano consecutivo, o Brasil ficou estagnado no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), ocupando, desde 2015, a 79ª colocação entre os 189 países analisados. Os dados são relativos ao ano de 2017. O desempenho brasileiro atualmente é bem diferente do apresentado entre 2012 e 2014, período em que avançou seis postos na classificação.

[SAIBAMAIS] 

Conforme o Relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano (Pnud), divulgado ontem, o Brasil alcançou a nota 0,759. O número é 0,001 a mais do que o obtido no ano anterior. A escala vai de zero a um. Quanto mais próximo de um, melhor o IDH.

 

Noruega (0,953), Suíça (0,944), Austrália (0,939), Irlanda (0,938) e Alemanha (0,936) têm os melhores resultados de IDH. Os cinco últimos países no ranking são: Burundi (0,417), Chade (0,404), Sudão do Sul (0,388), República Centro-Africana (0,367) e Níger (0,354).

 

Um dos indicadores responsáveis pela manutenção do posto do Brasil no ranking foi a saúde. A esperança de vida, ao nascer, do brasileiro é de 75,7 anos, estimativa que ano a ano vem apresentando melhoras. Em 2015, era de 75,3.

 

"O Brasil teve um leve crescimento, ele acompanha uma tendência de crescimento dos últimos anos, mas um crescimento mais lento que alguns países", analisa Vanessa Gomes Zanella, integrante da equipe de Desenvolvimento Humano do Pnud. Apesar de avaliar o pequeno ganho, ela ressalta a desigualdade. "No IDH ajustado à desigualdade é possível observar que há uma desigualdade muito elevada, o que representa uma queda de 23,9%. Essa é uma questão bem específica do Brasil, é uma queda alta".

 

O Brasil perde 17 posições na classificação do relatório quando a desigualdade é levada em consideração. A queda é a mesma que a apresentada pela África do Sul e menor apenas que a sofrida pelo arquipélago de Comores, de 18 colocações.

 

De acordo com Fábio Maia Sobral, professor do Departamento de Teoria Econômica da Universidade Federal do Ceará (UFC), avalia que a crise econômica que se agravou principalmente em 2014 tem repercussões na estagnação do dado. "Há uma aceleração e um retorno da desigualdade, é um fenômeno inclusive mundial, seja por meio das empresas que fogem e evitam tributação interna, seja por não termos uma reforma tributária que não cobra dos mais ricos. Além disso, o Brasil vive um processo muito forte de retorno da produção de commodities minerais, da agropecuária e de desindustrialização", afirma.

 

Para o professor, a redução de políticas salariais diante da inflação também reforça a estagnação dos indicadores.

 

Vanessa Zanella destaca que, para mudança no cenário de desigualdade, "é importante sempre que sejam feitas políticas públicas de ações afirmativas. Além disso, a gente incentiva que seja feito sempre um monitoramento dessas políticas". 

 

(Com agências)

Números

 

0,759 é o IDH do Brasil, de acordo com dados de 2017 divulgados pleo Pnud

42,7% É a diferença salarial entre homens e mulheres, aponta o relatório 

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