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Baixo número de intérpretes nas escolas é barreira para inclusão do surdo
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Baixo número de intérpretes nas escolas é barreira para inclusão do surdo

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Na data em que se celebra o Dia Nacional do Surdo, 26 de setembro, persiste a reivindicação por inserção na educação de forma efetiva. Isso passa por reclamações a respeito do número insuficiente de intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e da presença de pessoas atuando na função sem a capacitação adequada. Como a formação de um intérprete de Libras pode ser realizada em várias instituições, não há um levantamento de quantas pessoas estão aptas a atuar no Ceará.

 

Na Rede Estadual de Ensino há 449 alunos surdos e 208 com deficiência auditiva matriculados. Eles são acompanhados por 215 intérpretes, e estão divididos entre escolas do sistema regular e o Instituto Cearense de Educação de Surdos (Ices).

 

"O número de intérpretes em Fortaleza atende à demanda, mas não sabemos como funciona no Interior. Muitos surdos que não moram na Capital não sabem Libras porque não tiveram a oportunidade de ir à escola", aponta Mariana Farias Lima, presidente da Associação dos Profissionais Intérpretes de Libras do Ceará (Apilce).

 

Gêwada Weyne Linhares, assessora técnica de Educação Especial da Secretaria da Educação do Ceará (Seduc), afirma que, quando há contratação pela pasta, é feita a verificação da formação do candidato a intérprete de Libras. "A prioridade é para quem é graduado em Letras-Libras. Se a pessoa não tiver essa formação, outros critérios são levados em conta. Os certificados são avaliados por uma banca, formada por vários profissionais da área. Além do mais, estamos constantemente promovendo cursos de capacitação para os docentes".

 

Mariana, porém, reivindica a padronização para contratação de intérpretes pela Seduc. "Cada Crede (Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação) contrata usando seus critérios. Não importa se foi contratado em Fortaleza ou Juazeiro do Norte, os critérios precisam ser os mesmos. Essa é uma demanda que temos muita dificuldade para dialogar com a secretaria".

Na Universidade Federal do Ceará (UFC), a diretora da Secretaria de Acessibilidade, Vanda Leitão, indica que o número de intérpretes de Libras é suficiente para a demanda na universidade. E destaca: "Se ele vai acompanhar um aluno que está no ensino superior, terá uma complexidade maior que aquele intérprete que acompanha um aluno de ensino médio". 

 

Conforme ela, a UFC conta com 12 intérpretes em Fortaleza, que acompanham alunos na sala de aula e professores surdos quando precisam resolver problemas administrativos. Outros dois intérpretes estão lotados em Russas.

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