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Não é coisa de acumulador. Bem mais do que um hobbie, o colecionismo aproxima diferentes histórias e gerações. Estamos falando de artigos com séculos de existência e causos de apegos que surpreendem. Em tempos de refletir sobre a valorização de objetos históricos após o incêndio que destruiu o Museu Nacional no Rio de Janeiro, no dia 2 , o Encontro de Multicolecionismo do Ceará reúne coleções vindas de diversos estados do Brasil. Em sua 15ª edição, o evento será realizado de hoje até dia sábado, 15, no Hotel Praia Centro, na Praia de Iracema. A entrada é gratuita para conferir coleções de diversas categorias, como moedas, cédulas e selos.

Cerca de 50 expositores apresentarão seus acervos, que contam com objetos datados da época colonial. Carlos Lorenzo, um dos organizadores, explica que são 32 mesas de exposição. "Abrange tudo. Temos expositores com filatelia (selos), cartofilia (cartões postais), discos de vinil, CDs, DVDs, rádios, vitrolas, coleções da Coca-Cola. Temos coleções nacionais e internacionais", detalha.

Inicialmente, o encontro começou em João Pessoa, de acordo com Carlos. 

"Uns cinco anos depois começamos a fazer o nosso. Hoje, existe em quase todos os estados do Brasil". Além de vender, os expositores compram e trocam com os visitantes dos encontros.

Flávio Rebouças, outro organizador do evento, conta que o interesse em colecionar surgiu quando tinha apenas 9 anos. "Meu pai era comerciante. Ele tinha uma caixinha com 12 moedas. A mais antiga era de 1906. Eu pedi e ele me deu com a condição de nunca vender", rememora.

Ele enumera os proveitos do colecionismo. "Você aprende história, geografia, ensina muita coisa. Além disso, você começa a juntar uma moedinha e vai montando as coleções. Vários colegas meus começaram a juntar e chegaram a comprar até apartamento. Eu só coleciono do Brasil, mas tem gente que coleciona o mundo todo", destaca.

Alguns dos artigos ele não vende por nada. Nada mesmo. "Um senhor que herdou vários cinemas lá no Rio de Janeiro resolveu colecionar. Ele precisava de uma moeda e não sabia quem tinha. Soube que só eu tinha. Comprou uma passagem e me levou para o Rio de Janeiro. Me ofereceu um apartamento em Copacabana pela moeda, mas eu recusei", conta Flávio.

A história, ocorrida há 40 anos, foi contada em diversos jornais e revistas à época, conforme o colecionador. "É uma moeda de prata de 960 réis, de 1819, o equivalente a três patacas, era da Casa da Moeda da Bahia", explica.

SERViço

15º Encontro de Multicolecionismo do Ceará

Data: de hoje a sábado, 15

Horário: das 9 às 18 horas

Onde: Hotel Praia Centro - Salão Ouro (Av. Monsenhor Tabosa, 740 - Praia de Iracema)

Entrada gratuita.