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Brasil bate recorde de assassinatos, aponta anuário de segurança
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Brasil bate recorde de assassinatos, aponta anuário de segurança

| VIOLÊNCIA | Ceará é o terceiro estado do País com maior número de homicídios e Fortaleza, a segunda capital. Os dados são de 2017
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O Brasil bateu em 2017, novamente, o recorde de homicídios registrados. Foram contabilizadas 63.880 Mortes Violentas Intencionais (MIV), conforme o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2018, divulgado ontem. Responsável pela pesquisa, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) ainda apontou o Ceará como detentor de marcas negativas.

 

Com 5.133 Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLIs), 2017 foi ano mais violento já registrado no Estado. Foi o suficiente para colocar o Ceará como o terceiro com maior taxa de homicídios por 100 mil habitantes. Com 59,1, só fica atrás de Acre (63,9) e Rio Grande do Norte (68). A taxa desse tipo de crime no Ceará é quase seis vezes maior que a registrada em São Paulo, a unidade federativa com menor índice de assassinatos: 10,7.

 

É ainda do Ceará o registro da maior evolução de MVIs entre 2016 e 

2017: 48,6%. E Fortaleza aparece como a segunda capital mais violenta, com taxa de 77,3 assassinatos por 100 mil habitantes. Só está atrás de Rio Branco (AC), com 83,7.

 

De acordo com Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do FBSP, o recrudescimento dos assassinatos no País pode ser explicado por uma nova configuração do crime organizado, através das facções. Essa dinâmica é ainda mais perceptível no Norte e no Nordeste. Nessas regiões mais se concentram estados que registraram crescimento no número de mortes entre 2016 e 2017.

 

Das 12 unidades federativas com aumento de mortes no período, nove são de uma da duas regiões. O Ceará, por ser geograficamente estratégico para o tráfico internacional de drogas, teria expansão ainda mais necessária para as facções, afirma Renato. "O Ceará é um dos poucos estados do Nordeste que tem mantido o investimento em segurança pública. Porém, em São Paulo, tem um monopólio, enquanto o Ceará tem uma disputa entre facções".

 

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) voltou a afirmar não ser possível comparar fidedignamente índices de criminalidade no País. Há estados, diz a SSPDS, que não utilizam a metodologia padrão da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). "Muitos estados não registram CVLIs com mais de uma vítima no mesmo evento, lesões corporais seguidas de morte ou indicam as chamadas 'mortes suspeitas' com características que são computadas como CVLI no Ceará, por exemplo".

 

Renato analisa que a afirmação da secretaria não chega a estar errada. E critica a falta de uma estatística oficial unificada. Porém, afirma que por causa dessa falta de padronização o Fórum criou o MIV, que reúnem as diversas categorias de crimes de morte existentes, de forma a tornar possível a comparação.

 

A SSPDS também ressaltou a redução de CVLIs no Estado pelo quarto mês seguido na comparação com o mesmo período de 2017, ano que baseia o estudo do FBSP.

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