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O término da quadra chuvosa no Estado e os ventos mais fortes fazem com que o segundo semestre do ano seja mais propício à ocorrência de incêndios de grandes proporções. Em 2017, foi na segunda metade do ano que ocorreram 92% (3.797) dos 4.119 casos de incêndio em vegetação atendidos pelo Corpo de Bombeiros.
O mês recordista foi outubro, com 877 episódios. A elevação da temperatura e a vegetação mais seca contribuem para o alastramento do fogo, mas, no entanto, a grande causa de princípios de incêndio continua sendo a ação humana, aponta o Corpo de Bombeiros.
Na quarta-feira, 15, um incêndio atingiu uma área de cerca de 2 km de extensão da Serra de Itapipoca (a 133 km da Capital). O fogo durou, aproximadamente, sete horas até ser controlado, já na madrugada de ontem. As chamas causavam especial preocupação por atingirem área próxima ao Hospital e Maternidade São Camilo. Não foram registrados feridos.
A capitã Juliany Freire, porta-voz do Corpo de Bombeiros, afirma que a principal suspeita é de que a ação humana tenha dado início ao incêndio. "É muito difícil que um incêndio comece à noite", pontua.
Apesar de queimadas de grandes proporções chamarem mais a atenção, a corporação é acionada todos os dias para ocorrências do gênero.
A oficial afirma ainda ser "culturalmente" muito forte no Estado atear fogo em terrenos seja para limpar áreas de plantio ou para dar fim a lixo. Somente ontem, exemplifica, os Bombeiros foram acionados três vezes para debelar chamas em um único terreno baldio localizado no bairro Aldeota. "Não se concebe outra razão (que não o incêndio criminoso)", afirma. "Não são tão comuns incêndios espontâneos".
Juliany Freire alerta ser crime causar incêndios. "Mesmo no seu quintal é crime. O ar é um bem comum". O artigo 250 do Código Penal Brasileiro (CPB) prevê pena de até seis anos de prisão para quem causa incêndio que exponha a risco a vida ou o patrimônio alheio. O tempo de prisão pode aumentar em até um terço se o incêndio for causado em mata ou floresta.
Este ano, monitoramento via satélite aponta já terem sido registrados 3.946 focos de incêndio no Ceará. O Estado é o 10º no
País no quesito, conforme o levantamento do Programa Queimadas,
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
De acordo com o Perfil dos Municípios Brasileiros em 2017, 42% dos 184 municípios cearenses sofreram com incêndios no ano passado.
CRIME
Existe a suspeita de que o incêndio da Serra de Itapipoca tenha sido criminoso. O Código Penal Brasileiro prevê prisão de até seis anos a causadores de incêndio. Pena que pode se agravar se for causado em área de mata.