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Justiça é fundamental para quebrar ciclos
CIDADES

Justiça é fundamental para quebrar ciclos

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Tipo Notícia

Apesar da importância do acompanhamento psicológico, o sociólogo Thiago de Holanda, um dos coordenadores da Rede Acolhe, ressalta que o diferencial da Defensoria Pública do Estado reside na assistência jurídica.


Assim, o programa também oferta o auxílio necessário para aproximar as famílias da Justiça e prestar contas de como anda a investigação e a responsabilização criminal. “É importante que a Justiça seja creditada pela família. O sentimento de que ‘não vai dar em nada’ alimenta o ciclo de impunidade, que alimenta o ciclo do silêncio”, analisa Thiago.


Quem concorda com essa perspectiva é a mãe de uma das 11 vítimas da Chacina da Grande Messejana, ocorrida em novembro de 2015. Edna Carla, mãe de Alef Cavalcante, de 17 anos, reconhece o impacto psicológico que atingiu outras mães que perderam filhos na matança, mas diz que a principal urgência é “justiça”.


“O que eu quero é justiça. Se não tiver justiça é mesmo que nada, não vai adiantar a psicologia. Eu quero a responsabilização do Estado”.


O julgamento do crime ainda não tem data para ser realizado e os 34 réus — dos 45 denunciados originalmente — aguardam em liberdade.


“A gente trabalha também com prevenção de homicídios, com os sinais de alerta de vulnerabilidades na família que podem colocar a pessoa como vítima. O adolescente fora da escola, próximo a um grupo perigoso… Se esse trabalho não for feito, a gente pode ter outras mortes”, afirma Thiago de Holanda.


A demanda de atendimento provocada pela violência no Estado, no entanto, é bem maior que 96 famílias — assistidas pela Rede Acolhe. Por isso, conta Thiago, a Defensoria trata com o Governo do Estado para ampliar o atual atendimento, aumentando o número de defensores ligados à iniciativa.

 

LOCAL


O Grande Bom Jardim (Regional V) representou 31,3% dos casos acompanhados pela Rede Acolhe. O programa acompanha casos ainda na Regional I (20,9%), Regional II (16,7%), Regional III (6,3%) e Regional VI (21,9%).

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