Cinco homens foram assassinados a tiros e golpes de foice na madrugada de ontem, 13, em Palmácia (a 73 km de Fortaleza). Os corpos de Antônio Barbosa Sousa (56 anos), Paulo Sérgio dos Santos da Silva (30), Francisco Antônio Pereira de Abreu (43), José Roniely Costa Pereira (25) e José Edson Ferreira dos Santos (sem idade identificada) estavam amarrados em meio à mata quando foram encontrados. No mesmo dia, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que a Polícia prendeu três suspeitos, mas não divulgou detalhes.
Configurando a sexta chacina do ano no Ceará, o crime aconteceu na localidade de Cafundó, distante pelo menos 16 km da sede do município, localizado no Maciço de Baturité. De difícil acesso, o lugar comporta aproximadamente dez residências, entre elas a de Antônio Barbosa — que tinha mandado de prisão em aberto por homicídio qualificado — e Paulo Sérgio, que eram pai e filho. Embora a SSPDS tenha identificado como da mesma família somente esses dois, O POVO apurou que um outro filho de Antônio também foi morto na chacina.
Além disso, moradores de localidades próximas a Cafundó afirmaram conhecer somente três dos que foram assassinados. Outros dois, segundo eles, seriam caçadores de animais silvestres vindos de Amanari, distrito de Maranguape, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
Na contramão da linha de investigação inicial da Polícia, que, segundo o titular da SSPDS André Costa, era de que as vítimas seriam envolvidas em roubo de gado, a comunidade acredita que o crime pode ter sido um “ajuste de contas” decorrente de um estupro.
O suposto autor deste crime, um dos filhos de Antônio Barbosa, teria fugido da cadeia. Ontem, confidenciou um morador (identidade preservada), “ele tava lá (em Cafundó), mas não pegaram. Estavam dizendo que ele ficou lá esculhambando os caras (assassinos)”.
Junto aos corpos das vítimas foram encontrados três estojos de munição (calibres 38, .40 e 380), duas foices e uma arma artesanal.
“Os objetos estavam com a primeira vítima”, explicou o perito Rogério Alexandre, da Perícia Forense do Ceará (Pefoce), depois de transportar os corpos para o rabecão que estava estacionado a 6 km de distância de Cafundó. “Pelo que a gente ouviu, o que morreu mais longe (1 km de distância dos outros) era filho do mais velho (Antônio Barbosa), que tentou socorrer (os companheiros) com uma garrancha (semelhante a um cajado)”.
Foram muitos os que, de moto, a cavalo ou a pé, enfrentaram a estrada de terra para subir a serra e acompanhar a retirada dos corpos.
As investigações e buscas por outros suspeitos seguem em andamento, sob responsabilidade do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) e da Delegacia Regional de Baturité. A Polícia recebe denúncias anônimas que possam contribuir para a apuração do crime, através do número 181 ou pelo WhatsApp (85) 99111 7498.