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Ceará acompanha dados nacionais e tem aumento da mortalidade infantil
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Ceará acompanha dados nacionais e tem aumento da mortalidade infantil

| TAXA | Conforme dados do Ministério da Saúde, o Estado passou de 13 mortes para cada mil nascidos vivos em 2015 para 14,3 em 2016
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O Ceará teve o primeiro crescimento da taxa de mortalidade infantil em 26 anos. Segundo o Ministério da Saúde (MS), a taxa no Estado passou de 13 em 2015 para 14,3 em 2016. O número acompanha o aumento nacional do índice.


Conforme pesquisadores e a própria Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), a epidemia de zika vírus é um dos principais motivos para alta no número de mortes. A epidemia se iniciou no Ceará em outubro de 2015 e teve seu pico em 2016. Naquele ano, o Ceará liderou a lista entre os estados com maior número de mortes por microcefalia.

[SAIBAMAIS]

A taxa de mortalidade infantil é calculada pelo número de mortes de crianças com menos de um ano para cada mil nascidos vivos na localidade no mesmo período. No Ceará, a alta foi superior à apresentada no País. No Brasil, passou de 13,3 em 2015 para 14 em 2016.


Apesar do aumento, o Ceará é o único estado do Nordeste com taxa inferior a 14,9. Na região, as maiores taxas são de Bahia e Piauí, que chegam a números superiores a 18 mortes por cada mil nascidos vivos.


A influência da zika nos índices pode ter se dado por dois fatores. O principal crescimento na taxa de mortalidade infantil do Ceará foi da mortalidade perinatal, aquela que atinge de fetos de 22 semanas a recém-nascidos de até 7 dias, explica Daniele Queiroz, coordenadora de vigilância da Sesa. As má-formações causadas pelo vírus ainda levaram muitas mulheres a postergar a gravidez. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2016 registrou o menor número de nascimentos já registrado no Ceará desde que a contagem passou a ser feita, em 2003. “A redução da natalidade para os pequenos municípios faz uma diferença muito grande, porque (estatisticamente) um óbito repercute muito mais em um número menor de nascimentos”, afirma Daniele Queiroz.


Em números absolutos, as mortes de 2016 somaram 1.596 no Ceará, a maioria delas nos primeiros seis dias. Diferentemente do que ocorria na década de 1990, em que a maioria das mortes era de crianças entre um mês e um ano. Segundo ela, a mudança no perfil se deu devido aos avanços nas imunizações. “Antes, nas décadas de 1980 e 1990, nós não tínhamos tanta imunização, proteção das vacinas, então algumas doenças diarréicas, evoluíam até a morte. Algumas doenças que não tinham sido eliminadas, como sarampo, ou então pneumonias atingiam essas crianças”, explica.


Daniele Queiroz afirma que a Sesa tem duas estratégias visando a redução da mortalidade infantil. Tanto há o monitoramento do indicador quanto há atenção à qualificação do atendimento primário.


Em entrevista à Folha de S.Paulo, Fátima Marinho, diretora do Departamento de Doenças e Agravos Não Transmissíveis do Ministério da Saúde afirmou que para 2017 há tendência de crescimento no País todo.

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