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11 policiais civis são presos na segunda fase da Operação Vereda
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11 policiais civis são presos na segunda fase da Operação Vereda

| POLÍCIA FEDERAL | Foram expedidos 16 mandados de prisão preventiva, sendo 13 cumpridos ontem. Ação foi realizada em Fortaleza, Caucaia e Belém
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Uma conversa de WhatsApp, em que policias civis estariam comentando sobre uma possível investigação, antes mesmo da primeira fase da Operação Vereda da Polícia Federal (PF) ser deflagrada em dezembro de 2017, consta como fato novo para o desencadear de nova etapa da operação. A Justiça determinou a prisão preventiva de 16 pessoas ontem. Foram cumpridos 13 mandados de prisão — 11 deles contra inspetores da Polícia Civil, antes lotados na Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD), na Capital.


Entre os mandados não cumpridos, o contra a ex-titular da delegacia especializada, Patrícia Bezerra Souza Dias Branco. A delegada estava na região do Cariri quando 50 agentes da PF realizavam a segunda fase da operação na manhã de ontem. De acordo com Leandro Vasques, advogado da Associação dos Delegados da Polícia Civil do Estado do Ceará (Adepol), um habeas corpus foi deferido na noite de ontem no Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) em favor da delegada.


Uma decisão de quinta-feira, 26, também do TRF5, determina que Patrícia e a delegada Ana Cláudia Nery — que não consta entre os pedidos de prisão preventiva, mas estava removida a outra delegacia — retornem ao comando da DCTD. “(A prisão preventiva) Foi uma decisão indevida e insustentável”, apontou Vasques. O advogado argumenta que desde o início das investigações não houve fato novo que justificasse a prisão, já que a Patrícia não teria participação no grupo de WhatsApp.


Um celular apreendido, de propriedade de um inspetor da Polícia Civil, ainda em dezembro, foi enviado para perícia internacional em maio, a fim de que a senha de acesso fosse desbloqueada. A conversa que pode ter levado às prisões teria sido coletada neste aparelho celular. O inquérito corre em segredo de Justiça.


Além da delegada, foram pedidas as prisões dos inspetores Antônio Chaves Júnior, José Audízio Soares Júnior, Fábio Oliveira Benevides, Antônio Márcio do Nascimento Maciel, Antônio Henrique Gomes de Araújo, Francisco Alex de Souza, Rafael de Oliveira Domingues, Petrônio Gerônimo dos Santos, Raimundo Nonato Nogueira Júnior, Fabrício Dantas Alexandre e Gleidson da Costa Ferreira; do motorista por aplicativo Eduardo Pinheiro da Silva Júnior; e de José Abdon Gonçalves Filho, Francisco Antônio Duarte e Marcos Vinícios Alexandre Gonçalves, cujas profissões não foram informadas.


Eles foram indiciados e denunciados, na medida de suas participações, por extorsão, roubo, receptação, tortura, organização criminosa, embaraço à investigação de organização criminosa, tráfico de drogas, abuso de autoridade, usurpação da função pública, favorecimento pessoal e violação de domicílio. Os 13 presos (não detalhados) passaram por audiência de custódia, presidida pelo juiz federal substituto Danilo Dias Vasconcelos de Almeida, da 32ª Vara Federal, que determinou a continuidade da prisão. O grupo foi recolhido ao Complexo de Delegacias Especializadas (Code).

 

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