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Uma torre de vigilância, câmeras, drones e um efetivo de 40 guardas municipais e 20 policiais militares passam a integrar a paisagem da Comunidade das Goiabeiras, na Barra do Ceará. Na tarde desta terça-feira, 19, o prefeito Roberto Cláudio e o governador Camilo Santana fizeram a entrega da segunda Célula de Proteção Comunitária. A primeira das 30 anunciadas pela gestão municipal foi inaugurada em fevereiro, no Jangurussu.

Roberto Cláudio acredita que a célula contribuirá para a ressocialização da comunidade, trazendo benefícios e dando segurança para os moradores. Ele destacou a importância da recuperação de equipamentos no entorno da torre, como escolas, creches e o núcleo de mediação de conflitos comunitários.

O secretário da Segurança Cidadã, Antonio Azevedo Vieira Filho, disse que a torre de segurança contribuirá para que os moradores se sintam mais protegidos e para aquecer o comércio de pequenos empresários, da economia local. “A carência da segurança termina hoje. Os moradores poderão ficar mais tranquilos e suas crianças poderão brincar na calçada ou na areninha”, afirmou.

Camilo Santana falou sobre as condições de segurança no Ceará e no Brasil, destacou a duplicação do Ronda de Ações Intensivas e Ostensivas (RAIO). “Estamos fazendo todos os investimentos para garantir a segurança, é um desafio, é um problema sério, mas faremos sempre o possível para da a devida resposta à população”.

A inauguração gerou esperança em Lirice dos Santos, 62 anos, moradora das Goiabeiras há mais de 25 anos. Ela conta que se sente “presa” em sua própria casa. “Não deixo meus netos muito tempo fora de casa, trago para a calçada enquanto é dia, mais quando está perto de escurecer, entro. Tenho medo. Agora, pode ser que melhore, e acabe mais com esse clima pesado”, contou.

Everton Lucas, 18 anos, nascido e criado no bairro, afirma que areninha inaugurada na comunidade contribuiu para um clima mais leve. Mas o receio dos moradores de ficar fora de casa por muito tempo permanece. Com a instalação da torres de segurança, ele espera que a situação se reverta completamente.

“Agora, dá pra vir mais tranquilo da escola, conversar com meus amigos na quadra ou na praça. Acho que vai melhorar, mas não pode ser só hoje. Tem que ser assim todos os dias. Segurança é o tempo todo, não só na inauguração. Já perdi amigos para a violência. Não quero ser ou perder mais um”, disse o estudante.

JULLIE VIEIRA

jullianeviera@opovo.com.br