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Novos mandados são expedidos em operação contra fraude na previdência
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Novos mandados são expedidos em operação contra fraude na previdência

| POLÍCIA FEDERAL | Grupo criava idosos "fictícios" para receber benefícios assistenciais. Líder da organização criminosa, já preso no Ceará, teve mandado expedido pela Justiça Federal do Ceará
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O chefe de uma organização criminosa especializada em fraudes previdenciárias, que está preso no Ceará, foi alvo da segunda etapa da operação Mimetismo, da Polícia Federal. Deflagrada ontem, a ação contou com a execução de três mandados de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão aqui no Estado e no Pará. O grupo criava pessoas fictícias para obter o Benefício Assistencial ao Idoso.

 

Paraense, o chefe da quadrilha já havia sido preso por determinação da Justiça do Pará. O mandado de prisão preventiva cumprido ontem foi expedido pela Justiça Federal cearense, o que faz com que o processo tenha continuidade no Estado. A constatação inicial da operação era de que os integrantes haviam fraudado 103 benefícios e movimentado 20 contas bancárias. Na primeira fase da operação, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão.


Eles responderão pelos crimes de estelionato previdenciário, associação criminosa, falsificação de documento público e particular, falsidade ideológica, uso de documento falso e lavagem de dinheiro. O prejuízo foi de R$ 7,6 milhões, podendo chegar a R$ 9,4 milhões.

 

A Secretaria da Previdência, do Ministério da Fazenda, não forneceu ao O POVO detalhes sobre os processos de fiscalização que confirmam a veracidade da informações sobre os pedidos por benefícios de assistência. Conforme a advogada especializada em direito previdenciário, Alice Aragão, para requerer o benefício, no valor de um salário mínimo (R$965) é preciso apresentar apenas RG (que comprove a idade acima de 65 anos), CPF e comprovante de endereço.


Há ainda uma perícia, realizada por uma assistente social, validando as informações sobre a renda familiar, que deve ser de 1/4 do salário mínimo. A perícia, que deve ser individual e presencial, seria capaz de identificar pessoas “fictícias”.


“Com certeza deve haver uma quadrilha e a anuência de servidores”, conclui a especialista. Alice explicou que os benefícios falsos provavelmente foram adquiridos com documentos também falsos, o que pode envolver outros segmentos. “Muitos dos meus clientes que conseguem a aposentadoria, o juiz defere hoje e amanhã o cliente já está recebendo uma ligação de banco. Eles me ligam dizendo que conseguiram aposentadoria porque receberam a proposta. Como os bancos têm acesso a esses nomes?”, questiona a advogada.


Os valores das contas bancárias foram sequestrados e deverão ser destinados ao ressarcimento do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

 

PRIMEIRA FASE


Em janeiro de 2018, foi percebido o prejuízo de R$ 7,6 milhões e projeção de dano em torno de R$ 9,4 milhões. Cerca de 103 benefícios previdenciários e 20 contas bancárias teriam sido fraudados pela organização criminosa.

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