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Monitoramento online visa reduzir cesáreas no Brasil
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Monitoramento online visa reduzir cesáreas no Brasil

| PARTO ADEQUADO | Ministério da Saúde acompanha partos cirúrgicos realizados pelo SUS. No Ceará, cesáreas representam 70% dos partos realizados entre janeiro e abril deste ano
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Para reduzir a realização desnecessária de cesarianas, o Ministério da Saúde mantém desde março um sistema de monitoramento online para acompanhar a quantidade de partos cirúrgicos no Sistema Único de Saúde (SUS) de todo o País. A ação integra o projeto Parto adequado, iniciado em 2016 pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em todo o Brasil.


No Ceará, tornar o parto normal a primeira opção para o nascimento ainda é um desafio. Em abril deste ano, mais de cinco mil cesarianas foram realizadas em todo o Estado. O sistema padronizado de classificação e acompanhamento de taxas de cesarianas, adotado pelo governo federal, tem a intenção de compreender esta realidade.


A classificação de Robson (método estatístico usado para monitorar as taxas de cesárea) é base do mapeamento realizado pelo Ministério da Saúde. Essa ferramenta categoriza as mulheres em dez grupos de parâmetros obstétricos como idade gestacional e número de fetos. A utilização contínua do sistema pode prover, a longo prazo, uma avaliação mais ampla do perfil de atendimento às mulheres no momento do parto e direcionar a mudança das práticas obstétricas.


Seja pelo medo da dor ou pela desinformação, a alternativa por um procedimento cirúrgico para o nascimento nem sempre representa o ideal - para a mãe ou para o bebê. Por isso, o projeto Parto Adequado é um desafio lançado a diversos hospitais públicos e particulares do País: impulsionar o aumento dos índices de partos normais. Na Fase 1, que durou 18 meses, o projeto contou com a adesão de 35 hospitais do País. Em Fortaleza, apenas três maternidades participam do projeto, duas da rede pública.


No Hospital Municipal Amadeu Sá, localizado no Eusébio, as medidas do projeto incluem a criação de planilhas e formulários de monitoramento que direcionam a aplicação de novas práticas de acompanhamento das gestantes. A diretora geral da unidade, Inês Said, explica que também são realizadas visitas pedagógicas das gestantes à maternidade. “O intuito é deixá-las mais informadas sobre o parto e a recuperação. O vínculo com os postos de saúde é fundamental nesse sentido”, destaca. Ela relata que o número de partos cirúrgicos diminuiu, mas a meta de redução pela metade ainda não foi alcançada. Conforme dados da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa), até abril deste ano foram realizados 506 partos cesáreos na unidade.


No Ceará, as cesarianas representam 70% de todos os partos realizados entre janeiro e abril deste ano, totalizando mais de 19 mil partos cirúrgicos. O número representa uma queda de 15% se comparado a quantidade de partos cirúrgicos realizados no Estado no mesmo período do ano passado. Os dados da Sesa também indicam que a maior incidência ocorre na região metropolitana de Fortaleza, onde foram registradas 9962 cesarianas. (Ivig Freitas / Especial para O POVO)

 

PARTOS NO SUS


Em 2017, foram realizados 2,7 milhões de partos no país. Considerando apenas partos nos serviços de saúde públicos, o número de partos normais é maior, sendo 58,1% e 41,9% de cesarianas.

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