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"É preciso ter uma cultura da escassez sempre conosco", diz secretário dos Recursos Hídricos
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"É preciso ter uma cultura da escassez sempre conosco", diz secretário dos Recursos Hídricos

| ÁGUA | Francisco Teixeira aponta necessidade de uma educação para convivência com a seca
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A água não vem da torneira. Na maioria das vezes, é trazida de muito longe. “Do Castanhão, como está vindo agora, são 200 km de distância de Fortaleza. E virá (da transposição) do rio São Francisco um dia, a 800 km”, adverte Francisco Teixeira, titular da Secretaria de Recursos Hídricos do Estado (SRH). A situação de disponibilidade de água no Ceará demanda uma mudança na relação da população com o recurso.

[SAIBAMAIS] 

Para Teixeira, existe uma “falsa percepção” de conforto hídrico. “Você imagina que nunca vai faltar água e que tem água para sempre só porque ela está saindo da torneira. É preciso alertar para as dificuldades para essa água chegar aos encanamentos”, pondera. A questão está diretamente associada, segundo o secretário, à urbanização e ao modo de viver nos grandes centros.

 

“Nós precisamos aprender alguma coisa com esses últimos seis anos de seca. No começo dos anos 2000 nós tivemos boas chuvas e açudes muito cheios e aí veio seca, ninguém esperava. É preciso ter uma cultura da escassez sempre conosco. Não se pode pensar que nunca vai voltar água. Nem o Castanhão cheio pode nos tranquilizar”, alerta Francisco Teixeira.


A resolução do problema, além da diversificação da matriz hídrica, está na educação para a convivência com a seca.


“Um trabalho nas escolas seria bom. Eu defendo a criação de uma disciplina nas escolas municipais sobre conscientização hídrica”, diz o secretário.


Conforme o gestor, a água deve ser um recurso que tratado “com muita atenção, parcimônia e zelo em uma região como a nossa, o semiárido”. (Colaborou Ana Rute Ramires)

 

RMF


TARIFA DE CONTINGÊNCIA


Atualmente, a Cagece capta 8 mil litros por segundo (m³/s) do açude Gavião para tratar e distribuir na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Até 2015, eram 9,5 m³/s, segundo o presidente da empresa, Neuri Freitas.


O consumo por ligação na RMF caiu de 13,72m³ em 2014 para 10,88m³ em 2018. É equivalente ao de 2017, que ficou em 10,81m³.

 

A tarifa de contingência, que continuará sendo aplicada em 2019, vem sendo acionada desde dezembro de 2015.

 

Entre janeiro e abril deste ano, a tarifa de contingência, por uso acima da meta de economia, foi aplicada para 241.548 clientes. Foi mais do que no primeiro quadrimestre de 2017 (233.335) e menos do que o período em 2016 (256.357).

 

Do início de 2016 até abril de 2018, a tarifa especial por consumo extra representou R$ 228,8 milhões de receita para a Cagece. Deste valor, dos R$ 203 milhões efetivamente pagos, o Plano de Segurança Hídrica reservou R$ 98,2 milhões para ações emergenciais.

 

A RMF tem 978.380 de ligações ativas atualmente. É menos que no ano passado: 987.090 unidades (- 0,88%).

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