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"Canudo é item desnecessário e totalmente evitável", diz especialista
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"Canudo é item desnecessário e totalmente evitável", diz especialista

| SEMANA DO MAR | Analista de Projetos da ONU Meio Ambiente, Mariana Bazzini defende uso consciente de plásticos para proteger os oceanos
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Os oceanos têm mais de 150 milhões de toneladas de lixo, de acordo com o programa internacional Ocean Conservance. Esta preocupação ambiental norteia a II Semana do Mar, que se encerra hoje, no Iate Clube. O encontro reúne pesquisadores de todo o País e discute, entre outros aspectos, a busca por alternativas ao uso de materiais que têm pouca ou nenhuma serventia — como as embalagens e os canudos de plástico —, e que acabam poluindo as águas.


“A sacola plástica não deixou de ser a grande vilã, mas o canudo é um símbolo de um item totalmente desnecessário e evitável. E se tornou parte da nossa vida em nome da praticidade”, avalia a analista de Projetos da Organização das Nações Unidas (ONU) Meio Ambiente, Mariana Bazzini.


“As pessoas perderam a capacidade de tomar consciência daquilo que estão fazendo”, descreve a especialista.


O pensamento é alinhado ao do surfista Alexandre Rodrigues, 43. Quando chega para encarar as ondas todas as segundas-feiras, bem cedinho, ele precisa fazer o que os frequentadores da Praia de Iracema não fizeram no fim de semana: recolher o lixo do caminho. 

 

Ele conta que encontra de um tudo na areia, sacos plásticos, embalagens de alimentos, canudos, garrafas e até carteira. “A poluição é uma relação do próprio ser humano com a praia. Muitos dão exemplo, trazem saquinhos, mas acredito que fiscalização e mais lixeiras poderiam ser o caminho”, afirma.


Além de cuidar do próprio lixo, segundo Mariana Bazzini, é essencial o uso consciente dos materiais que podem provocar grande impacto no meio ambiente.


“Não estamos demonizando o plástico. Ele é maravilhoso, super-resistente. A aplicação dele na construção civil com os tubos do encanamento é fantástico. Automóveis e aviões ficaram mais leves e é fundamental para as bolsas de sangue”, enumera.

 

A defesa da analista é pelo não uso descartável do plástico. “As pessoas compram uma garrafinha de água e ainda pedem copo e canudo”. Apesar de acreditar que não seja necessário criar uma legislação para um problema que poderia ser resolvido com educação, Mariana Bazzini diz que vivemos um momento crítico.

 

“A legislação serve como instrumento de educação, assim como aconteceu com a sacola plástica em São Paulo”, conta. Em 2011, a lei 15.374 proibiu a distribuição gratuita ou venda de sacolas a consumidores em todos os estabelecimentos comerciais do Município. Países como Índia, Bélgica, Costa Rica, França, Granada, Indonésia, Noruega, Panamá, Santa Lúcia, Serra Leoa e Uruguai baniram o plástico em 2017.

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