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Alegria e busca por direitos marcam a Parada pela Diversidade
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Alegria e busca por direitos marcam a Parada pela Diversidade

| LGBT | A 19º Parada pela Diversidade Sexual protestou contra a morte da população LGBT. Coletivo de mães abriu o desfile
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Receber apoio e proteção familiar. Beijar quem se quer. Não ter medo de morrer. Entre as músicas, as danças e a alegria da 19ª Parada pela Diversidade Sexual do Ceará esses eram os pleitos que reverberaram. Desejos de quase um milhão de pessoas que se reuniram ontem na avenida Beira Mar, de acordo com a organização do evento.


A concentração do evento teve início às 15 horas e a largada para o percurso foi dada às 18 horas, ao som de “I will survive” (Eu vou sobreviver, em português). Dois trios elétricos, trenzinho da diversidade e alas importantes na luta da população LGBT compuseram algumas das atrações. Abrindo passagem a quem desfilaria em busca de diversão e direitos, o coletivo Mães pela Diversidade.


Mulheres como Gioconda Aguiar, 47, que há seis meses ouviu a filha dizer que era transexual. “Ela entrou na faculdade de moda e disse lá que o nome dela era Alexandra. Eu não tinha conhecimento sobre o que aquilo significava e comecei a pesquisar. Hoje estou aqui, lutando por ela, pela felicidade dela, pelos direitos dela”, disse.


O tema da parada este ano foi “O Genocído Continua! A luta é todo dia, por Dandara, Marielle e por todas”! Conforme o Grupo de Resistência Asa Branca (Grab), que organiza a Parada, em 2017, 30 LGBTs foram mortos no Ceará, sendo 20 travestis transexuais. “Por conta desses assassinatos, o Ceará é o quarto estado do Brasil onde mais se mata a população LGBT”, ressalta o coordenador de política e projeto do Grab, Dário Bezerra.


Celison Gomes, 24, já teve medo de ser morto. Ontem, abraçado ao namorado, lembrou que, há dois anos, em meio a uma praça, a forma de conversar com amigos incomodou. “Um grupo de homens chegou e nos xingou muito. Pensamos em revidar, mas ficamos com medo e fomos embora”, contou.


O coordenador de políticas LGBT do Estado, Narciso Júnior, afirmou que desde 2017 as 10 delegacias da mulher do Estado estão aptas para atender à população. Os atendimentos, entretanto, não englobam agressões realizadas no meio da rua, que configura a maioria das ocorrências contra travestis e transexuais.

 

MORTES LGBT NO CEARÁ

Em 2017, confome o Grupo de Resistência Asa Branca (Grab), 30 LGBTs foram mortos no Ceará. Vinte eram travestis e transexuais. Hoje, a população é atendida na delegacia da mulher, mas agressões no meio da rua não entram na Lei Maria da Penha

MÃES PELA DIVERSIDADE

O coletivo existe no Brasil desde 2007. Mais recente no Ceará, hoje possui 16 mães. Ontem, cerca de 100 familiares faziam parte do grupo. Apoio para filhos e pais pode ser encontrado durante reuniões. @MaespelaDiversidade

 

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