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Polícia analisa imagens de câmeras do local em que estilista foi assassinada
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Polícia analisa imagens de câmeras do local em que estilista foi assassinada

| NAYANA ARAÚJO | No enterro, amigos destacaram que vítima era pessoa doce e de fé. Polícia não divulgou se suspeitos foram identificados, mas O POVO apurou que imagens são analisadas
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Nayana Mara Costa Araújo, 32, gostava da cor azul. Em postagem recente em rede social, justificou o gosto por estar mais próximo do céu, mas viva. O corpo da estilista, assassinada na rua Roquete Pinto (Parangaba) com um tiro no rosto, na segunda-feira, 14, foi enterrado ontem. O POVO apurou que a Polícia obteve imagens da ocorrência e trabalha com mais de uma linha de investigação, incluindo latrocínio. 


Entre os amigos que acompanhavam o sepultamento no Parque da Paz, as mesmas descrições: uma pessoa doce, de voz mansa, louca por gatos, que estava apaixonada e era devota de Nossa Senhora. Capela lotada, uma celebração eucarística sem rompantes, mas preenchida pela dor de quem a conhecia. No corpo de Nayana, uma coroa de rosas. Mãe e namorado ao lado. O pai, conforme amigos, afirmou não conseguir acompanhar o enterro.
 

“Ela sempre tinha um sorriso e um conselho. Amava balões, gatos, rosas. E expressava isso no corpo, nas tatuagens. Ela acreditava em Deus, em Nossa Senhora, nos anjos”, afirmou Brígida Marques, 29, que trabalhou com Nayana em uma agência de publicidade. Para o também amigo Weesclay Ferreira, além da saudade e da certeza de ela estar onde mais acreditava — no céu —, fica a angústia em não saber exatamente o que aconteceu. “Ela entrou no carro, levou um tiro, saiu com a mão na cabeça e caiu. Não sei o que ela pensou nessa hora. O mundo não merecia uma pessoa como ela”, completou.
 

Conforme nota da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Nayana foi abordada por três homens que teriam tentado levar seu automóvel. Ela havia entrado no carro quando foi alvejada por um tiro. Os acusados fugiram e, até o fechamento desta página, ainda não tinham sido encontrados. A SSPDS não divulgou mais informações sobre a identificação dos suspeitos.

O POVO apurou, entretanto, que câmeras do entorno registraram o crime. As imagens estão sendo analisadas pela Polícia. O veículo no qual os suspeitos chegaram, que era roubado e tinha placas clonadas, foi abandonado no estacionamento de um supermercado.

Comentários nas redes sociais deixavam claro a comoção que a morte de Nayana causou. Em muitos deles, mesmo sem a conclusão da investigação pela Polícia, a motivação do crime apontava: roubo seguido de morte. O professor da Unilab e pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV), Marcos Silva, destaca que a naturalização da violência, exposta pelos altos índices, pode gerar um juízo de valor que impede a compreensão mais profunda dos problemas vivenciados pela sociedade. “Então, se coloca no senso comum que a maioria dos casos tem um caráter de latrocínio. Pode ter, mas é preciso que a investigação policial confirme”, analisou. (Sara Oliveira. Colaborou Jéssika Sisnando)

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