Era hora do recreio no Centro de Educação Infantil Professora Laís de Sousa Vieira Nobre, no Ancuri, e os alunos brincavam nos fundos da creche municipal quando o chão sob quatro crianças cedeu. O piso estava localizado em cima de uma fossa. No acidente, Hannah Evelyn de Andrade Laranjeira, de 4 anos, faleceu e outras duas crianças ficaram feridas.
[SAIBAMAIS]

Uma criança foi salva antes de cair no buraco que se abriu, outras duas foram resgatadas de dentro da fossa. Elas conseguiram ser socorridas por funcionários da creche. Hannah esperava socorro do Corpo de Bombeiros Militar, mas não resistiu. Conforme a assessoria de comunicação da corporação, equipe permaneceu no local da ocorrência até o fim da manhã de ontem.

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“Elas estavam brincando quando, de repente, o chão da fossa afundou”, relatou a mãe de uma aluna de 5 anos, que foi socorrida apenas com arranhões na perna. “(Hannah) era minha vizinha. A mãe dela é muito minha amiga. Nossas filhas estavam brincando juntas. A gente traz os filhos da gente pra receberem educação e, infelizmente, acontece um negócio desses”, lamentava a dona de casa, emocionada.
 

De acordo com Elpídio Nogueira, secretário de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos e Combate à Fome, as outras crianças envolvidas no acidente estão em casa e devem receber acompanhamento. “Ver uma criança de quatro anos ali foi chocante. Levamos a equipe com assistentes sociais e psicólogos para visitar as outras crianças que já estavam em casa, mas passaram pelo sufoco de cair ali. Elas foram medicadas. Lá era um local que constantemente as crianças brincavam, corriam, segundo funcionários. Jamais imaginavam que isso pudesse acontecer. A laje caiu sobre a Hannah”, afirmou.

Segundo o prefeito Roberto Cláudio (PDT), o Centro de de Educação Infantil Professora Laís de Sousa Vieira Nobre será interditado definitivamente. Até o final da próxima semana os alunos da creche devem ser direcionados para outra unidade escolar. Ele apontou ser precipitado especular se houve algum tipo de omissão com a segurança das crianças. “Aguardamos um laudo para saber essas informações”. Foi decretado luto oficial de três dias.

De acordo com Elpídio Nogueira, as crianças também foram visitadas por representantes das secretarias da Educação e da Saúde, que enviou pediatras para verificar se havia necessidade de algum exame, bem como ministrar medicação de emergência, com vermífugos. “Nos colocamos à disposição para todo o apoio, inclusive, na parte do sepultamento. Já providenciamos tudo”, disse. (Colaborou Igor Cavalcante)

CRECHE
 

TUMULTO APÓS TRAGÉDIA
 

PAIS DE ALUNOS
 

Durante a manhã, muitos pais e crianças estavam nas proximidades do local do acidente. Moradores pediam justiça e ameaçavam depredar a escola e a sede da Regional 6. Algumas pessoas dividiam a varanda de apartamentos do entorno para tentar ver o que acontecia dentro da creche.

POLICIAMENTO
 

A Polícia Militar isolou a frente da escola com viaturas. A diretora e algumas professoras saíram escoltadas por policiais e servidores da Prefeitura. Elas foram hostilizadas pela população. Os agentes de segurança pretendiam ficar lá até a noite, já que havia ameaça de depredação da escola.

QUEIXAS
 

Pessoas relataram que, após o acidente, os profissionais da creche não pediram ajuda. Funcionários de oficinas nas proximidades da escola contaram que se prontificaram a ajudar, mas a ajuda foi recusada. Uma testemunha contou que, ao ouvir os gritos por socorro, vizinhos tentaram entrar, mas não tiveram acesso à unidade escolar.